A Morte do Direito Internacional: O Mundo Regressa à Lei do Mais Forte

BOX DE FACTOS
- Trump prepara-se para reconhecer Donbass e Crimeia como território russo.
- Delegação norte-americana já alinhavada para Moscovo.
- Europa sem estratégia, sem força e sem voz.
- Putin conquista território pela violência e ganha legitimidade política.
- O Direito Internacional perde fundamento prático.
A Morte do Direito Internacional: O Mundo Regressa à Lei do Mais Forte
O direito internacional já não tem quem o defenda
O Direito Internacional sempre viveu de um pressuposto simples: alguém teria de o fazer cumprir. Quando os Estados Unidos abandonam esse papel e a Europa nunca o assumiu, o edifício cai de podre. É isso que estamos a testemunhar: não um episódio isolado, mas o colapso do único mecanismo que travava predadores geopolíticos.
Com a decisão de Trump de reconhecer Donbass e Crimeia como russos — uma decisão política, ilegítima e moralmente perversa — os Estados Unidos abrem a porta à normalização da violência como instrumento diplomático. Putin percebeu a fraqueza. E, como todos os líderes autoritários ao longo da história, avança quando vê medo, hesitação e cobardia.
Trump, Putin e o renascer da selvajaria geopolítica
Quando dois predadores se reconhecem, o mundo civilizacional treme. Trump e Putin estão prestes a redesenhar fronteiras como senhores feudais marcando terrenos de caça. E a Europa? Escondida, submissa, apática. A assistir ao seu próprio desaparecimento estratégico.
A Ucrânia torna-se moeda de troca — como a Checoslováquia em 1938 — sacrificada por potências que não têm qualquer interesse na justiça, na soberania ou na dignidade dos povos. O que está a acontecer não é política internacional: é feudalismo puro.
A Era Pós-Direito: quando só manda quem tem mísseis
O reconhecimento do território ucraniano como russo envia uma mensagem terrível ao mundo:
- Se tiveres armas nucleares, ninguém te toca.
- Se usares violência suficiente, acabarás por ser recompensado.
- Fronteiras já não significam soberania — apenas força.
- A diplomacia transforma-se em chantagem mascarada de "acordo".
Estamos a caminhar a passos largos para uma ordem global onde prevalece a lógica pré-moderna: o direito do mais forte. Mas agora com drones, ciber-ataques, desinformação massiva e exércitos privados financiados por estados-empresa.
E a Europa? Um gigante económico, um rato estratégico
Assistimos ao enterro da influência europeia. Um continente que acreditou que o comércio substituía a força, que tratados substituíam exércitos e que diplomacia substituía dissuasão.
O resultado está à vista:
- sem autonomia militar,
- sem visão estratégica,
- sem liderança,
- sem coragem.
E agora sem garantia de segurança americana. Um continente órfão, vulnerável, a rezar para que o mundo não desabe completamente.
Conclusão: O regresso ao mundo dos predadores
O mundo entrou no Neo-Feudalismo Geopolítico: territórios tomados pela força, povos sacrificados, fronteiras negociadas por líderes que tratam países como peças num tabuleiro.
Quando Trump e Putin dividem o mapa da Europa, não o fazem por diplomacia — fazem-no porque podem. A História deu-lhes o palco perfeito: uma Europa frágil e distraída, um ocidente dividido, e populações exaustas que já não lutam por princípios.
"O Direito Internacional já foi. Agora manda quem tem a força para mandar."
Artigo desenvolvido em co-autoria conceptual por Francisco Gonçalves e Augustus Veritas.
Fragmentos do Caos — Série FC-Chronic-News.