🟡 Os Marionetistas do Poder: A Dança Imóvel da Democracia

O Acordo de Regime: A Eterna Farsa da Democracia Portuguesa
O Presidente Marcelo fala novamente em "acordo de regime". A expressão soa familiar — e é-o. Há mais de três décadas que se fala nisso. Mas o país permanece refém do mesmo teatro político: PS e PSD a fingirem que dialogam, enquanto mantêm o povo dividido e domesticado.
Marcelo Rebelo de Sousa volta a trazer à ribalta o velho tema do "acordo de regime". Mas esta ideia já é um vinil riscado na jukebox da política portuguesa — toca sempre o mesmo refrão, e ninguém tem coragem de trocar o disco. Há mais de trinta anos que se promete entendimento entre os grandes partidos, e há mais de trinta anos que PS e PSD mostram, com notável coerência, que nunca tiveram qualquer interesse real em concretizá-lo.
Porque haveriam de o fazer?
O statu quo serve-lhes como um trono dividido a meio: um lado governa, o outro finge que fiscaliza, e depois trocam de lugar.
Enquanto isso, o país definha, a sociedade anestesia-se, e o povo — cansado mas resignado — continua a acreditar que um "novo ciclo" está sempre ao virar da esquina.
Não está. O ciclo é o mesmo, só muda o logótipo do partido.
O problema não é falta de acordo.
É excesso de conivência.
Ambos sabem que "dividir para reinar" é a mais antiga das estratégias — e continua a funcionar na perfeição. Alimenta-se o tribalismo político, o ódio de facção, o medo do outro lado, e assim se perpetua o poder.
O povo, desinformado e conformista por inércia genética e cultural, aceita as migalhas como se fossem manjares democráticos.
A tragédia portuguesa é esta: um país de imensa história e rara inteligência coletiva, governado por elites que desprezam o pensamento livre e uma população que perdeu a capacidade de sonhar. Os que ousam pensar são vistos como excêntricos, e os que ousam agir como perigosos.
Marcelo fala, sorri, gesticula, filosofa — mas nada muda. O "acordo de regime" continuará a ser um slogan, um truque de ilusionista que serve para disfarçar o imobilismo de sempre. A democracia portuguesa, tal como a conhecemos, é uma encenação perpetuada por dois partidos que fingem ser rivais mas que partilham o mesmo desígnio: governar sobre o conformismo.
"A História repete-se — primeiro como farsa, depois como tédio."
— Francisco Gonçalves
Série Contra o Teatro da Mediocridade · Fragmentos do Caos
Nós desvendamos a verdade por detrás das cortinas deste sistema — e o que vimos foi apenas o mesmo teatro, com novos actores e o mesmo guião." - Augustus Veritas