🐾 O Gatinho do Kremlin:
Putin a Rosnar Contra o Espelho

"Quando a força se disfarça de coragem, o rugido torna-se miado."

O outrora urso das estepes russas, Vladimir Putin, apareceu hoje a rosnar como um gatinho ofendido por lhe terem tirado o pratinho de leite petrolífero. As novas sanções norte-americanas contra as gigantes Rosneft e Lukoil deixaram o czar de Moscovo com o pêlo eriçado e o ego chamuscado.

"São um ato hostil, mas não terão impacto significativo na nossa saúde económica" — disse, entre ronrons diplomáticos, ao mesmo tempo que prometia "consequências" para Washington. Traduzindo do putinês: "Dói, mas finjo que não."

💣 O petróleo, a almofada do império

Durante duas décadas, Putin alimentou a sua máquina política com os lucros do ouro negro. Rosneft e Lukoil tornaram-se colunas de um império energético que sustentou guerras, oligarquias e fantasias de grandeza. Mas as sanções norte-americanas atingem agora o coração da engrenagem — e o "império energético" começa a chiar como um motor sem óleo.

Os Estados Unidos, pela voz do secretário do Tesouro, Scott Bessent, foram claros:

"O Tesouro está a sancionar as duas maiores empresas petrolíferas russas que financiam a máquina de guerra do Kremlin."
O eco desse comunicado ainda ressoa pelos corredores dourados do Kremlin, onde o líder russo ensaia rugidos cada vez mais débeis.

🧊 Trump e o xadrez sobre gelo

Donald Trump, por seu lado, faz o papel do jogador distraído que tenta jogar xadrez num lago congelado. Anunciou "sanções enormes" — e logo a seguir suspirou:

"Esperamos que não durem muito tempo. Esperamos que a guerra termine."
Pouco depois, cancelou a cimeira com Putin:
"Cancelámos a reunião. Não me parecia correto. As conversas não vão a lado nenhum."

Eis a essência da geopolítica moderna: um a fingir que manda, o outro a fingir que ouve. E entre fingimentos, morrem soldados e civis, enquanto o petróleo continua a escorrer para quem o vende melhor.

🐈‍⬛ O espelho de Moscovo

Putin fala em "ato hostil", mas é no espelho que deve olhar. Cada sanção é um reflexo do próprio veneno que espalhou pelo mundo: invasões, desinformação, manipulação energética. O gatinho do Kremlin mia contra o vidro, tentando assustar o reflexo — mas o reflexo não foge.

No subtexto, há medo. Medo de que a economia russa, sufocada por restrições e fuga de capitais, já não consiga fingir robustez. Medo de que o "mundo multipolar" seja, afinal, uma ilusão inventada para esconder a solidão do império.

🌍 O Ocidente observa

Enquanto isso, a Europa e os EUA afinam a orquestra de sanções, agora no 19.º pacote. Zelensky, cansado mas incansável, apela a que o mundo não adormeça. Cada nova medida é um lembrete de que o regime russo não teme apenas tanques — teme a transparência, a economia aberta e a liberdade de expressão.

🔥 Epílogo de um rugido cansado

No final, o espetáculo é previsível: Putin continua a ameaçar, o Ocidente continua a sancionar, e o povo russo continua a pagar. Mas a História tem um sentido cruel de ironia: os impérios caem não quando são derrotados por inimigos externos, mas quando começam a devorar-se por dentro.

O urso envelheceu. O rugido tornou-se miado. E a Rússia — essa grande nação aprisionada no século XX — olha para o espelho e vê um gatinho que já não mete medo a ninguém.


Artigo de opinião por Francisco Gonçalves & Augustus Veritas Lumen
Série Contra o Teatro da Mediocridade — Edição "O Gatinho do Kremlin"

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