Box de Factos (o essencial)

• O mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional para Putin mantém-se activo desde 2023.
• Budapeste, sob Orbán, propõe-se receber uma cimeira com Putin e Trump.
• A UE lembra que "o lugar de Putin é Haia" e não uma capital europeia em festa.
• Zelensky considera o anfitrião "imparcial apenas na aparência".

O teatro da geopolítica

A Europa desperta para mais um episódio do teatro geopolítico onde os actores trocam papéis entre o poder e o absurdo. Budapeste abre as portas a um homem sobre o qual pende um mandado de detenção internacional — e chama-lhe convidado de honra. É a diplomacia transformada em sarcasmo: o criminoso recebe convites, a justiça recebe silêncio.

Entre Haia e o cinismo

O mandado do TPI não é decorativo. É o lembrete de que há linhas que a civilização prometeu não voltar a cruzar. Mas a política — essa arte do conveniente — gosta de apagar o passado quando o presente exige negócios, petróleo ou influência. Se Putin pousar na Europa, será mais do que uma viagem: será o colapso moral de um continente que jurou nunca mais tolerar a impunidade.

O preço da paz

Paz sem justiça é apenas trégua. Haia representa a responsabilidade; Budapeste, o relativismo. E no meio, a Europa decide se quer ser palco de redenção ou plateia de conveniência.

"Quem convida um arguido de guerra à mesa da paz, brinda com a própria vergonha."

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