Portugal : Um plano tecnológico estratégico por uma Multinacional de Software!

O Código da Liberdade: Por uma Revolução Tecnológica Portuguesa Independente
Um país que entrega o seu código entrega também o seu destino.
- Portugal depende maioritariamente de software proprietário estrangeiro em instituições públicas e privadas.
- As estratégias digitais nacionais são frequentemente lideradas por quadros ligados a multinacionais tecnológicas.
- O país investe pouco em inovação nacional e quase nada em desenvolvimento open-source público.
A entrega do código é a entrega da soberania
Há decisões políticas que passam despercebidas mas alteram silenciosamente o rumo de uma nação. Uma delas é entregar as estratégias tecnológicas do Estado a empresas multinacionais — como a Microsoft, que agora assume o papel de mentora do digital português.
À superfície, parece progresso. Na realidade, é dependência mascarada de modernidade. Porque um país que não domina o seu código, os seus sistemas, os seus dados e a sua inteligência digital, é um país subalterno — por mais servidores e clouds que anuncie.
O novo feudalismo digital
Redmond é o novo castelo. O Estado português, o vassalo. As licenças e subscrições são o tributo anual que pagamos em nome da "eficiência". E os dados dos cidadãos — esse ouro do século XXI — fluem para servidores que obedecem a leis estrangeiras, longe do controlo democrático e da soberania nacional.
Este modelo de submissão tecnológica não é inovação. É a continuação, por meios digitais, do velho hábito português de importar soluções, ideias e lideranças, enquanto os talentos nacionais ficam por explorar.
O que seria uma verdadeira revolução digital
Uma verdadeira revolução tecnológica portuguesa não nasceria de contratos de licenciamento. Nasceria de liberdade de criação, de software aberto, de inovação pública e colaborativa. De universidades a criar código nacional. De empresas tecnológicas independentes a exportar conhecimento. De um Estado que aposta em infraestruturas digitais próprias, seguras e transparentes.
O código é o novo território. Quem o escreve, governa. E quem depende de código alheio, é governado por outros.
Portugal pode ser mais do que um cliente
Temos engenheiros brilhantes, investigadores de renome e uma nova geração que domina linguagens de programação como quem respira. Falta apenas uma visão política que compreenda que o verdadeiro desenvolvimento tecnológico não se compra — constrói-se. O país precisa de um plano estratégico nacional de soberania digital, com investimento real em open-source, inovação pública e empreendedorismo tecnológico nacional.
Se Portugal investisse uma fração do que gasta em software proprietário no desenvolvimento de plataformas e sistemas nacionais, poderíamos ser exportadores de soluções tecnológicas em vez de eternos importadores de dependência.
Conclusão: o código da liberdade
O futuro digital de Portugal não pode ser decidido em sedes corporativas estrangeiras. Tem de ser escrito aqui, linha a linha, por mentes livres, em código aberto. Porque quem controla o código controla o destino. E o destino de um país deve pertencer ao seu povo — não a um fornecedor.
A soberania digital é a nova independência. Sem ela, seremos apenas utilizadores do mundo — nunca criadores dele.
Francisco Gonçalves
05 Outubro 2025
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