Portugal: A Pobreza Nacional na Cauda da Europa

Box de Factos:
– Cerca de 25% dos trabalhadores portugueses recebem apenas o salário mínimo.
– Mais de 60% têm rendimentos mensais até 1.200 euros.
– O salário médio bruto ronda 1.600 euros, mas com enormes disparidades regionais e setoriais.
– Portugal permanece entre os últimos lugares da União Europeia em poder de compra.

Portugal continua a viver aprisionado no seu próprio labirinto económico: um país que fala em modernidade, mas arrasta os pés na lama da pobreza estrutural. Quase um quarto dos trabalhadores sobrevive com o salário mínimo, enquanto a maioria esmagadora não ultrapassa os 1.200 euros mensais — um valor que mal cobre a habitação, a alimentação e o transporte nas grandes cidades.

Esta realidade não é fruto do acaso, mas o resultado de décadas de governação orientada para a estagnação produtiva e para a dependência de serviços de baixo valor acrescentado. A democracia, transformada em palco de interesses partidários, nunca ousou atacar o problema de raiz: um modelo económico que condena o país a viver eternamente na cauda da Europa.

Os governantes falam de crescimento, mas o que se vê é o empobrecimento progressivo de uma classe média cada vez mais esvaziada. As estatísticas oficiais tentam dourar a pílula, mas o povo sabe: a vida não se mede em números de gabinete, mede-se no bolso vazio e no fim do mês que nunca chega.

Portugal é a nação do talento desperdiçado, onde a juventude emigra para sobreviver e os que ficam aprendem a sobreviver com migalhas.

Enquanto o discurso político insiste em slogans, a verdade é esta: um país onde trabalhar não garante dignidade é um país falhado. Não há prosperidade possível quando a maioria dos seus cidadãos é condenada a viver com salários de sobrevivência.

O futuro, dizem, será melhor. Mas o futuro nunca chega para quem está eternamente preso no presente da mediocridade. Portugal merece mais do que ser a nota de rodapé da Europa — mas para isso será preciso coragem política, ética verdadeira e uma ruptura radical com este modelo que já nada dá.

— Francisco Gonçalves, Contra o Teatro da Mediocridade
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