Os 50 da Impunidade: A Casta em Alerta contra o Escrutínio

O Manifesto dos 50: A Casta que se Defende a Si Mesma
O chamado "Manifesto dos 50" surge envolto em pompa e circunstância, como se fosse uma declaração em defesa da justiça e da democracia. Mas basta olhar com atenção para a lista de subscritores para perceber a verdadeira natureza do gesto: trata-se da elite político-económica portuguesa, composta por ex-governantes, altos funcionários e empresários que, nas últimas décadas, se foram revezando na condução do país rumo ao empobrecimento estrutural e à corrupção endémica.
O comunicado afirma ser "inaceitável qualquer tentativa de condicionamento de juízes", mas a pergunta que fica é: por que razão só agora, quando um dos seus parece ameaçado, se erguem em uníssono? Onde estavam estes arautos da imparcialidade quando o povo português era esbulhado em casos como BPN, BES, Banif, PPPs, ou nas rendas excessivas da energia?
A narrativa conveniente
Ao invocarem a "defesa da independência judicial", os subscritores não procuram proteger a justiça — procuram proteger o sistema de impunidade que eles próprios ajudaram a criar. A denúncia anónima que deu origem à investigação é apresentada como um escândalo, mas não será mais escandaloso o facto de tantos juízes, procuradores e governantes se moverem em círculos de influência comuns, onde as portas giratórias nunca param de rodar?
"É um manifesto em defesa da casta, não da justiça. A mensagem subliminar é clara: investiguem o povo comum, mas nunca um dos nossos."
A face oculta do poder
O episódio Ivo Rosa não é apenas sobre um juiz: é o espelho da fragilidade institucional de Portugal. Um país onde a justiça é lenta para o povo e complacente com os poderosos, onde a corrupção se disfarça de legalidade, e onde cada crise é aproveitada para reforçar o poder de quem já domina.
O "Manifesto dos 50" é mais um capítulo desta longa farsa. Não se trata de democracia, trata-se de corporativismo de luxo, de uma casta que, sempre que se sente ameaçada, ergue a bandeira da ética e da imparcialidade apenas para esconder a sua verdadeira natureza: a defesa incondicional dos privilégios que têm vindo a sugar Portugal até ao osso.
Contra o teatro da mediocridade, resta-nos a palavra livre: expor, denunciar e recusar o silêncio.
Fragmentos do Caos
Não Esquece. Não Perdoa.
Cada mentira registada. Cada traição anotada. Cada ato de corrupção exposto.
A memória é a arma. A verdade é o escudo. O silêncio nunca será cumplicidade.