Quando o Direito Morre e Fala a Força

Zelenskyy e o epitáfio do idealismo internacional

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy voltou a erguer a voz como quem grita num deserto de líderes surdos. Com a eloquência de quem sangra pela própria pátria, declarou perante o mundo uma verdade antiga, mas que poucos ousam encarar: as instituições internacionais estão exangues, frágeis, impotentes.

"Ninguém, a não ser nós próprios, pode garantir a nossa segurança. Só alianças fortes. Só parceiros fortes. E só as nossas próprias armas."

O eco das suas palavras percorreu as paredes da ONU como uma confissão amarga: o Direito Internacional, sem músculo, é apenas papel — e as leis sem força são como preces ao vento.

Zelenskyy não falou apenas da Ucrânia. Falou de um planeta inteiro em colapso moral: Sudão, Somália, Palestina — cada um um espelho estilhaçado de uma ordem mundial que já não impede guerras, apenas as comenta. E enquanto os burocratas trocam relatórios, as crianças continuam a morrer sob o mesmo céu indiferente.

"Quem tem as armas decide quem sobrevive", lamentou. "É terrível, mas é a realidade."

No fundo, o seu discurso é o epitáfio do idealismo do pós-guerra — essa crença ingénua de que bastava criar instituições e tratados para conter a barbárie humana. Hoje, Zelenskyy lembra-nos que a civilização não se defende com discursos, mas com coragem, união e consciência.

Augustus Veritas & Francisco Gonçalves
Série Contra o Teatro da Mediocridade

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