O Eterno Regresso do Presidiário Triunfante

Fragmentos do Caos
FC Dark Chronicle
🟨 Box de Factos — Eleições Autárquicas 2025 (Oeiras)
Isaltino Morais — 61,94% dos votos (vitória esmagadora)
PS — 11,29%
Chega — 8,48%
Outros partidos — restante percentagem dividida entre forças minoritárias.
Fonte: Jornal Público, 13 de Outubro de 2025
A Vitória da Corrupção sobre a Memória
Há vitórias que envergonham mais do que derrotas. Em Oeiras, um homem que já provou do cárcere pelo crime de corrupção volta a vencer com uma margem esmagadora. Isaltino Morais, o eterno autarca, alcança a sua 11.ª eleição — e o povo, entre sorrisos e obras, aplaude.
Mas o que aplaude realmente o povo? O cimento fresco ou a consciência seca? O alcatrão novo ou a dignidade antiga? Quando a corrupção deixa de ser vergonha e passa a ser currículo, a democracia transforma-se num palco de sombras — e o eleitor num cúmplice resignado.
"Porque faz obra", dizem. Mas obra também faz o coveiro — e ninguém o elege para governar os vivos. Confundir ética com eficiência, justiça com urbanismo, é o suicídio lento da memória moral de uma nação.
Um povo que perdoa a corrupção em nome da conveniência é um povo que se condena à mediocridade. A obra que fica não é de pedra, é de esquecimento. E o esquecimento, em política, é o solo fértil onde germinam os novos corruptos de amanhã.
Em Oeiras, Portugal aplaudiu a decadência e chamou-lhe progresso. E enquanto houver quem sorria ao lado de quem o enganou, continuará o ciclo de lama e betão — o aplauso cúmplice à vitória da corrupção sobre a memória.
"Entre obras e promessas, vai-se a honra em poeira." — Camões (se tivesse vivido por cá)