A Matemática Silenciada da Imigração

Box de Factos:
Portugal tem hoje mais de 1,5 milhões de imigrantes. Destes, cerca de 900 mil contribuem efectivamente para a Segurança Social. As contas oficiais mostram um saldo positivo de quase 3 mil milhões de euros. Mas a realidade por detrás dos números é mais complexa do que a propaganda oficial admite.
A Liturgia do Ruído Digital

Imagem simbólica: "A Liturgia do Ruído Digital" — a fé moderna nas narrativas fabricadas.

1. Quantos imigrantes existem e quantos trabalham?

Ano Imigrantes residentes Contribuintes activos % a contribuir Fontes
2024 ≈ 1 540 000 ≈ 894 825 ≈ 58 % AIMA / Seg. Social / BdP
2023 ≈ 1 450 000 ≈ 820 000 ≈ 56 % AIMA / INE / OECD
2020 ≈ 660 000 ≈ 510 000 ≈ 77 % INE / Eurostat

Ou seja, de cada dez imigrantes em Portugal, apenas cerca de seis estão efectivamente a descontar. Os restantes distribuem-se entre menores, idosos, estudantes, trabalhadores informais e desempregados sem descontos registados.

2. As contas da Segurança Social

Ano Contribuições (€ milhões) Prestações pagas (€ milhões) Saldo (€ milhões) Fonte
2024 ≈ 3 600 ≈ 690 + 2 910 Seg. Social / GEP / Pordata
2023 ≈ 2 677 ≈ 483 + 2 194 GEP / INE
2022 ≈ 2 150 ≈ 450 + 1 700 Pordata

O saldo é claramente positivo — os imigrantes contribuem mais do que recebem. Contudo, este dado isolado não significa que o sistema seja sustentável: muitos destes trabalhadores são jovens e terão direito futuro a pensões. O saldo actual é, em boa medida, um "crédito de tempo".

3. A verdade por detrás da narrativa

Os media celebram o saldo imediato, omitindo o essencial: a baixa produtividade média, a precariedade e o retorno limitado destas contribuições para o PIB. Grande parte da economia imigrante opera em sectores de baixos salários, baixa retenção fiscal e quase nula criação de valor tecnológico. O saldo é, portanto, contabilístico — não estrutural.

Além disso, o aumento exponencial do número de estrangeiros eleva as pressões sobre habitação, saúde e educação. Esses custos não estão reflectidos na rubrica "prestações sociais", mas o Estado paga-os em paralelo, através de orçamentos sectoriais.

A Liturgia do Ruído Digital

"Gráfico" — . Imigrantes residentes versus contribuintes activos.

4. O que falta saber

Portugal continua sem publicar dados consolidados sobre:

  • Taxa real de emprego imigrante (formal + informal).
  • Custo público indirecto em saúde, habitação e apoios locais.
  • Taxa de remessas enviadas para o exterior.
Enquanto não houver transparência integral, a "narrativa dourada" da imigração económica é apenas isso — narrativa.


© Francisco Gonçalves & Augustus Veritas Lumen — Série Contra o Teatro da Mediocridade
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