O Tal da Repugnância: O Luxo de "José Sousa"

Box de Factos:
– Estadas em hotéis de luxo, como o Pine Cliffs, viagens a Veneza e a ilhas espanholas.
– Um quadro de Júlio Pomar, obra de arte para adornar o poder.
– Tudo pago por Santos Silva, mas com faturas em nome de "José Sousa".
– Esse "José Sousa" não era anónimo: era o primeiro-ministro em funções.

José Sócrates, o homem dos "esgares de repugnância", afinal viveu rodeado de confortos que o povo português nunca conhecerá. Enquanto o país mergulhava em austeridade, cortes e miséria, o chefe de governo desfrutava de hotéis de luxo, viagens a Veneza e obras de arte assinadas por Júlio Pomar. Tudo isso, claro, com a conveniente assinatura de "José Sousa".

"José Sousa" não era um turista qualquer. Era o primeiro-ministro em exercício, protegido por um amigo "generoso" que pagava contas, viagens e caprichos. A investigação revelou o que todos já suspeitavam: a repugnância não estava na justiça que investiga, mas no modo como a política foi usada para viver acima de todos.

A sátira escreve-se sozinha: um país inteiro a apertar o cinto, enquanto o líder do governo se deitava em lençóis de algodão egípcio pagos por outrem, viajava em classe alta e se adornava com quadros de artista consagrado. O contribuinte pagava a crise; "José Sousa" colecionava luxos.

Não há "repugnância" maior do que um povo explorado assistir ao desfile de luxos do seu governante mascarado de moralista.

Em qualquer país decente, este seria o fim da linha. Mas em Portugal, a novela continua. Sócrates ainda encontra palco mediático, ainda lança frases inflamadas, ainda se veste de vítima. É a democracia convertida em caricatura: o governante julgado pelo luxo ilegal ainda posa como guardião da moral pública.

O "José Sousa" das faturas não é apenas um nome falso. É o retrato de um país falhado, onde a mentira se institucionalizou e a vergonha morreu.

— Francisco Gonçalves, Contra o Teatro da Mediocridade
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