Os Guardiões do Século XIII: o mapa da teocracia islâmica

Por Francisco Gonçalves & Augustus Veritas — Série "Contra o Teatro da Mediocridade"


Box de Factos:
O Islão político, em várias geografias, substituiu a fé pela submissão e a espiritualidade pelo medo. Do Afeganistão ao Irão, ergueu-se uma muralha entre Deus e o Homem — e o tempo ficou preso no século XIII.

Há mapas que não mostram fronteiras, mas prisões. São territórios onde o Alcorão se tornou código penal, e onde os governantes falam em nome de Deus para justificar a ausência de humanidade. O Irão, o Afeganistão, o Iémen, a Arábia Saudita, o Sudão e o Paquistão são hoje os epicentros de um retrocesso civilizacional — os verdadeiros guardiões do século XIII.

🕋 Núcleo duro do Islão teocrático

Afeganistão: o Talibã ressuscitou o passado. Proibiu mulheres de estudar, de cantar, de rir em público. A teocracia armada governa com medo e açoite, transformando a religião em cela colectiva.

Irão: a teocracia xiita mais estruturada do planeta. As mulheres são oprimidas por uma moral de ferro, e a pena de morte é banal. A espiritualidade foi substituída pelo culto ao aiatola — um Deus menor feito homem.

Arábia Saudita: o berço do wahabismo, a doutrina mais puritana e intolerante do Islão. Durante décadas proibiu cinemas, mulheres a conduzir e qualquer liberdade religiosa. O petróleo financia a fé do medo.

Sudão: mergulhou em guerras civis e ditaduras religiosas. Mesmo após tentativas de abertura, a sombra da *sharia* ainda paira sobre a justiça e o quotidiano.

Iémen: fragmentado entre milícias e teocratas, o país tornou-se laboratório do desespero. Nas zonas controladas pelos houthis, a lei divina é imposta à bala.

Paquistão: onde a blasfémia é crime capital e a polícia religiosa vigia a alma e o corpo. Um Estado nuclear preso por correntes espirituais do passado.

⚖️ Islão autoritário disfarçado de modernidade

Egipto: controlado pelos militares, mas dominado pelo medo do clero e pela censura. A revolução morreu sob a sombra das mesquitas oficiais.

Indonésia (Aceh): a maior nação muçulmana aplica açoites públicos e leis morais nas suas províncias mais conservadoras. O paraíso tropical onde a fé virou polícia.

Malásia: divide o seu sistema judicial entre civil e islâmico, criando cidadãos de duas categorias: os livres e os controlados pela religião.

Somália: sem Estado nem lei, entregue a senhores da guerra e pregadores armados.

Mauritânia: mantém viva a escravidão e aplica castigos medievais sob o pretexto divino.

🌙 Estados muçulmanos moderados e seculares

Tunísia: farol de liberdade no mundo árabe. As mulheres têm direitos inéditos, mas os ventos do fanatismo sopram às portas do seu parlamento.

Marrocos e Jordânia: monarquias religiosas que jogam entre fé e pragmatismo. Modernas nas vitrinas, conservadoras nas sombras.

Turquia: outrora laica, agora deslizante para o islamismo político de Erdogan. Um país dividido entre a Europa e o deserto.

Cazaquistão e Uzbequistão: herdeiros soviéticos com um Islão mais cultural que dogmático. A fé ali é memória, não prisão.


O Islão linha dura é o espelho invertido da fé — um reflexo de medo, poder e obediência. O problema não é Deus, é quem fala em Seu nome e silencia o resto da humanidade.

"Enquanto houver quem tema pensar, haverá quem governe em nome de Deus."

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