A Verdade que Dói: A Europa Desarmada perante Drones

O general Ben Hodges, ex-comandante do exército dos EUA na Europa, não disse nada de novo — apenas enunciou a verdade que dói: a Rússia continua a explorar a incapacidade da NATO para agir com determinação, e a Europa não está preparada para enfrentar ataques de drones.

É irónico, quase grotesco: continentes a gastar milhares de milhões em tanques, caças e submarinos, mas incapazes de deter enxames de drones baratos que desestabilizam a segurança e testam a vulnerabilidade de infraestruturas críticas. A guerra já mudou, mas os estrategas europeus continuam presos ao século XX.

A fragilidade não é apenas tecnológica: é política. Uma aliança que discute até à exaustão comunicados de imprensa, mas hesita em agir, envia à Rússia uma mensagem clara: podem avançar mais um pouco.

A verdade que dói é esta: a Europa continua a ser o elo fraco da civilização ocidental. Enquanto não houver investimento sério em defesa anti-drone, em inteligência artificial aplicada à segurança, em integração de sistemas e numa liderança com coragem para decidir, continuaremos à mercê de quem sabe atacar com criatividade e impunidade.

A guerra já não é de tanques. É de cérebros, algoritmos e drones. E nisso, a Europa ainda parece estar em coma.

Francisco Gonçalves
04 Outubro 2025