Crónica · Fragmentos do Caos

O Progresso e a Burrice Global

A epopeia do estupor universal — quando a inteligência se rende ao algoritmo.
Camões moderno num mar de tecnologia e ignorância digital

Camões, se vivesse hoje, não precisaria de Adamastores. Bastava-lhe abrir as redes sociais. Ali estão todos os monstros: os que rugem sem ler, os que opinam sem pensar, os que partilham sem compreender.

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…" — Luís de Camões

O mundo tornou-se um parque temático da ignorância ilustrada. A ciência é desmentida por vídeos de trinta segundos, a verdade concorre com teorias que dão mais "likes", e a sabedoria foi substituída por frases de Instagram com fundo de pôr do sol.

Nunca a humanidade teve tanto acesso ao saber — e nunca o soube usar tão mal. O progresso é uma máquina magnífica conduzida por motoristas cegos: descobrimos o genoma humano, criámos inteligências artificiais e ligámos todos os continentes… mas desligámo-nos de nós próprios.

A burrice global é democrática, viral e sedutora. E quem ousa pensar, corre o risco de ser cancelado por pensar.

Camões, se nos lesse, suspiraria: "Mais do que prometia a força humana — mas menos do que permitia o bom senso."


O progresso sem pensamento é caravela sem leme: avança, brilha, impressiona — mas naufraga na primeira onda da estupidez coletiva. Seguimos com smartphones na mão, algoritmos na alma e a convicção de que somos sábios… quando na verdade somos apenas sofisticadamente ignorantes.

Camões Sátira Tecnologia Sociedade Aletheia Veritas

Artigo autoria de 📖 Aletheia Veritas

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