đŁ âO Bering Express e a Loucura dos Homens Grandesâ

O TĂșnel da Loucura: Putin, Trump e o DelĂrio dos Homens que Brincam com o Mundo
Box de Factos:
Enviado do Kremlin propĂ”e tĂșnel "PutinâTrump" para ligar RĂșssia e Estados Unidos atravĂ©s do Estreito de Bering.
A obra seria construĂda por uma empresa de Elon Musk e surge em plena "reaproximação diplomĂĄtica" entre Moscovo e Washington.
HĂĄ ideias que, por si sĂł, dispensam comentĂĄrio. Mas quando o absurdo atinge o sublime, torna-se irresistĂvel.
O Kremlin anunciou, com pompa e sarcasmo involuntĂĄrio, um projeto para unir a RĂșssia aos Estados Unidos por um tĂșnel ferroviĂĄrio sob o Estreito de Bering â
batizado, sem ironia aparente, de "TĂșnel PutinâTrump".
E o empreiteiro dos sonhos: Elon Musk, claro â o homem que prometeu colonizar Marte, mas ainda nĂŁo conseguiu humanizar o Twitter.
A ideia Ă© apresentada como sĂmbolo de paz e cooperação, mas cheira a tudo menos a inocĂȘncia.
Putin sonha com impĂ©rios eternos; Trump sonha com espelhos; e juntos parecem dispostos a escavar um corredor direto para o inferno geopolĂtico,
onde o poder Ă© a Ășnica divindade e a razĂŁo a primeira vĂtima.
O projeto, dizem, seria "um marco da reconciliação entre as naçÔes".
Na prĂĄtica, Ă© um exercĂcio de vaidade diplomĂĄtica: um tĂșnel entre dois egos, uma ponte de arrogĂąncia sobre o abismo moral.
Musk, o alquimista das manchetes, vĂȘ nisto uma oportunidade de ouro â nĂŁo para unir povos, mas para testar a profundidade do ridĂculo humano.
Enquanto os ditadores sonham e os povos sofrem, a Terra continua a girar sobre o eixo da insensatez.
Fala-se de futuro, mas o futuro é o mesmo de sempre: elites a brincar aos deuses e multidÔes a pagar o preço da fantasia.
O tĂșnel "PutinâTrump" nĂŁo serĂĄ uma obra de engenharia â serĂĄ um monumento Ă insanidade partilhada, uma metĂĄfora escavada na crosta do planeta.
Talvez um dia, quando o gelo do Ărtico derreter e as ĂĄguas cobrirem o delĂrio humano,
apenas reste o eco distante de uma voz metĂĄlica a anunciar:
"Senhores passageiros, prĂłxima paragem: o fim da lucidez."
Por Francisco Gonçalves Série "Contra o Teatro da Mediocridade" Publicação em Fragmentos do Caos