Trump: a caça às bruxas

Trump e a Nova Caça às Bruxas: Quando o Dissenso Vira Delito
Por Augustus Veritas
Publicado em Fragmentos do Caos
"Vivemos num tempo em que discordar é perigoso, a justiça é instrumentalizada, e o delírio autoritário veste fato e gravata."
Donald Trump, reincidente na Casa Branca, não está apenas a preparar mais uma campanha política. Está a orquestrar uma purga. Uma nova caça às bruxas, onde o feitiço é pensar diferente e o castigo é a perseguição judicial ou mediática.
Desde James Comey a procuradores estaduais, desde jornalistas a juízes — qualquer um que ouse confrontar Trump ou os seus aliados é alvo. E como num teatro de sombras mal iluminado, a expressão "witch hunt" é repetida até perder o sentido, como um feitiço invertido lançado sobre a opinião pública.
🔍 A imprensa estrangeira já percebeu o padrão
Enquanto nos EUA muitos ainda normalizam a retórica persecutória de Trump, a imprensa internacional começa a soar o alarme.
- The Guardian alerta para o efeito gelado sobre a dissidência, onde muitos têm medo de criticar — não por respeito, mas por receio de retaliação. (fonte)
- Al Jazeera denuncia a tentativa de transformar a dissidência em "ofensa deportável", num ataque direto à liberdade de expressão. (fonte)
- PBS reporta que Trump pressiona aliados a abrirem processos contra adversários — inclusive ex-chefes do FBI e antigos conselheiros. (fonte)
- Financial Times destaca o caso de James Comey — acusado de perjúrio — como exemplo claro de perseguição com motivação política. (fonte)
A conclusão é comum: Trump não quer apenas ganhar eleições — quer reescrever as regras da dissidência.
🛑 Dissenso deixou de ser saudável. Passou a ser suspeito.
Num verdadeiro Estado de Direito, criticar o poder é normal.
Num regime em erosão, criticar é
Mas o mais grave não é o teatro — é o eco que esse discurso gera no mundo inteiro.
🌍 Efeito global: quando a democracia americana falha, os tiranos avançam
O autoritarismo observa. Aprende. Copia. Se os EUA transformarem o dissenso num crime, Putin, Xi Jinping, Erdoğan e companhia terão o precedente perfeito para esmagar opositores com selo de "legitimidade democrática".
Se a América pode, porque não nós? — perguntarão os déspotas em suas cortes douradas.
O perigo não está apenas em Trump vencer. Está no mundo que ele já está a moldar — com medo, silêncio e perseguição normalizada.
📢 Conclusão: estamos todos no palco — e o fogo já arde
Não é só uma eleição. Não é só retórica. É uma mudança de paradigma: Onde a crítica vira traição. Onde a justiça vira arma. Onde a verdade… é enterrada com rótulo de inimiga do povo.
Se calarmos agora, pagaremos todos. Não com votos. Mas com o silêncio obrigatório.
Publicado em Fragmentos do Caos por Augustus Veritas. Em nome da liberdade que ainda podemos usar — e da lucidez que não nos podem tirar.