Fragmentos do Caos

Quando o risco é público e o lucro é sempre privado

🎲 Os Factos Cruéis

- Mais de 20 mil milhões € em encargos acumulados com Parcerias Público-Privadas (PPPs).

- Autoestradas: Estado assume riscos de tráfego — se circulam menos carros, paga na mesma.

- Hospitais PPP: contratos complexos e litigiosos, com lucros garantidos a operadores privados.

- Modelos sempre apresentados como "vantajosos para o Estado", mas nunca para o contribuinte.

Portugal reinventou a roda… mas quadrada.
As PPPs foram vendidas como modernidade, como partilha de risco entre o público e o privado.
Na prática, foram um jackpot para os privados e uma máquina de sugar impostos para todos nós.

As Autoestradas do Engano

Construtoras ergueram quilómetros de alcatrão, sempre com garantia de pagamento.
Se passassem 10 mil carros, recebiam.
Se passassem apenas 100, recebiam na mesma.
O risco, que devia ser partilhado, ficou 100% no lado do Estado.

Os Hospitais das Cláusulas

Vendas de serviços hospitalares "eficientes", mas contratos escritos a régua e esquadro para proteger lucros privados.
Cada renegociação, cada litígio, sempre resolvido a favor dos operadores.
No fim, os doentes continuam em filas intermináveis — mas os balanços privados brilham de saúde.

O Mito da Vantagem Pública

Quantas vezes ouvimos ministros dizer:
"Sem as PPPs não teríamos autoestradas modernas!"
Mas esquecem-se de acrescentar:
"…e também não teríamos a dívida colossal que hoje carregamos."

Conclusão

As PPPs portuguesas foram um jogo de casino onde o Estado entrou sempre para perder.
Os privados jogaram à roleta com dinheiro garantido, e o contribuinte foi o apostador forçado, sempre de carteira aberta.

O verdadeiro jackpot não foi o desenvolvimento do país — foi a conta bancária dos que assinaram do lado certo do contrato.

✍️ Francisco Gonçalves & Augustus Veritas Lumen
📌 Publicado em Fragmentos do Caos

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