🌌 Cidadania em Portugal: a luz ao fundo do túnel

O túnel da iliteracia e da manipulação

Portugal é um país que aprendeu a sobreviver no escuro. Durante séculos, o povo foi mantido entre sombras — primeiro pela ignorância forçada, depois pelo medo, e hoje pela indiferença cultivada. A cidadania, essa força que deveria ser o motor de uma nação livre, parece muitas vezes reduzida a um lampejo distante, uma luz ao fundo do túnel.

Quase metade dos adultos portugueses não compreende plenamente o que lê. O relatório da OCDE não fala apenas de textos, mas da própria democracia: um cidadão que não entende, não decide. A iliteracia é a muralha invisível que protege os poderosos e aprisiona os frágeis.

A luz ténue da esperança

Apesar de tudo, a luz existe. Está nos jovens que já atingem níveis mais elevados de escolaridade, mesmo que ainda aquém da média europeia. Está em alguns movimentos cívicos que não desistem, em jornalistas que ainda investigam, em professores que continuam a lutar pela palavra viva. A cidadania portuguesa não morreu — apenas dorme num estado de quase-vigília.

O risco da resignação

O maior perigo não é o escuro, mas o hábito de nele viver. Portugal habituou-se à mediocridade como quem se habitua a uma cave fria: encolhido, silencioso, submisso. Se o povo não desperta, a luz ao fundo do túnel nunca se aproxima. Continua sempre ali, distante, como promessa adiada.

O caminho para fora do túnel

• Educar para compreender, não apenas para repetir.
• Criar uma cultura de responsabilidade política e social.
• Valorizar o mérito e a integridade, em vez da esperteza e do compadrio.
• Dar ao povo ferramentas para interpretar o mundo — livros, debates, ciência, arte.

Conclusão

Portugal precisa de coragem para andar em direção à luz. Não basta apontá-la, nem admirá-la de longe. É preciso caminhar. Porque a cidadania não é esperar que alguém nos guie — é abrir os olhos e avançar juntos, mesmo que o túnel seja longo.

"O túnel da ignorância é obra de séculos.
A luz da cidadania pode nascer num instante —
se o povo decidir olhar para além da sombra."