O SNS e a incompetência lusa

🏥 SNS em Ruínas: A Saúde Pública Agora é Pendência Fatal
"Doentes urgentes com tempo de espera de 16 horas nas urgências do Amadora‑Sintra. Pacientes pouco urgentes com espera de 18 horas."
Essa manchete não é exagero alarmista — é a face sombria de um colapso que já devia ter sido revertido. Quando o sistema concebido para salvar vidas passa a repassar dor, espera e desespero, assumimos que o SNS deixou de ser serviço público funcional e converteu-se em tradução de incompetência institucional.
📉 Evidências do Abandono
- Tempos médios de resposta hospitalar (consultas especialidades) ultrapassam os prazos legais em mais de 53,1 % dos casos (ERS).
- Profissionais denunciam que o "caos" é efeito do enfraquecimento deliberado do SNS (Sábado).
- Fechamento de urgências, pessoal exausto, triagens demoradas, filas intermináveis (Euronews).
- Apesar de existir portal com tempos de espera, muitos hospitais têm sistemas obsoletos, dificultando dados em tempo real (SPMS).
🧩 Causas da Derrocada
- Desvalorização dos Profissionais: salários baixos, contratos precários, fuga para o privado e para o estrangeiro.
- Gestão ineficaz: decisões descoordenadas, falta de liderança técnica, politização da máquina de saúde.
- Subfinanciamento crónico: orçamentos abaixo do necessário, investimentos adiados, dívidas escondidas.
- Urgências congestionadas: falta de cuidados primários empurra tudo para o hospital, mesmo casos menores.
- Falta de tecnologia e transparência: sistemas obsoletos, relatórios desatualizados, cidadãos no escuro.
⚖ Consequências para o cidadão
- Violação do direito à saúde: a Constituição é desrespeitada quando se espera 10, 15 ou 18 horas por socorro.
- Doenças agravadas: diagnósticos tardios que viram urgências reais.
- Aprofundamento da desigualdade: quem pode paga no privado; quem não pode, espera e sofre.
- Quebra de confiança institucional: um Estado que falha na saúde não é Estado — é simulacro.
🛠 O que fazer: Propostas urgentes
1. Valorizar os profissionais com salários dignos, progressão na carreira e incentivos regionais.
2. Reforçar os cuidados primários, reabrindo centros de saúde e investindo em medicina familiar.
3. Garantir gestão técnica e responsabilizável, não partidária.
4. Orçamento realista, com compromisso plurianual e prioridade à saúde.
5. Transparência radical: dashboards públicos em tempo real, metas mensais e auditoria cidadã.
6. Reorganização das urgências: filtrar corretamente, reforçar triagem e descentralizar centros de atendimento.
🖋 Epílogo: A saúde como barómetro da vergonha
Quando um idoso passa a noite numa maca a gemer, quando uma criança febril é ignorada 12 horas, quando uma grávida é redirecionada de hospital em hospital sem vaga — a democracia já está em coma.
O SNS não precisa de discursos. Precisa de ação, coragem e humanidade. Ou tornamo-nos todos cúmplices — Da espera. Do desamparo. Da morte evitável.
Se um país não cuida dos seus doentes… não é um país — é um laboratório de crueldade institucional.
✍️ Artigo escrito por Augustus Veritas e Francisco Gonçalves, com dados públicos de 2024-2025.