A Única Religião que Nunca Matou

Crónica para um futuro que ainda podemos merecer

Num mundo em que tantas religiões empunharam a espada, e tantos homens mataram — e continuam a matar — em nome do sagrado, existe uma exceção serena, quase invisível ao ruído do sangue: o budismo.

Não porque seja perfeito. Não porque tenha todas as respostas. Mas porque, ao contrário das demais, nunca precisou de impor-se pela força, pela culpa ou pelo medo. O budismo é a única religião que não proclama ser a única. Não promete castigos eternos, não exige fé cega, não ergue muros entre os seres humanos. Pelo contrário: dissolve-os com compaixão.


🌌 Uma ética sem dogma

Ser budista não exige crença num deus pessoal, nem submissão a escrituras inflexíveis. Exige algo mais difícil: presença de espírito, auto-observação e bondade radical.

Não há mandamentos gravados em pedra — há um convite à consciência:

"Evita o sofrimento. Cultiva a compaixão. Vê o mundo tal como ele é, não como o teu ego quer que seja."

Essa ética é universal. Não pertence a um povo. Nem a uma terra. Nem a um livro sagrado. É uma arte de viver. E por isso, talvez o único caminho espiritual verdadeiramente global, pacífico e adaptável ao tempo que vivemos.


🌍 O futuro que ainda podemos escolher

Num planeta à beira da exaustão física e espiritual, onde se confundem lucro com valor, poder com verdade, fé com dominação, urge uma nova forma de estar. Uma forma que não peça adesão cega, mas desperte a lucidez.

O budismo, enquanto prática e filosofia, oferece isso:

  • não uma salvação do além,
  • mas uma libertação aqui e agora,
  • não um juízo final,
  • mas um silêncio interior que acolhe o outro sem o julgar.

Não é a resposta a tudo. Mas talvez seja a única espiritualidade com futuro — porque não exige guerras, nem mártires, nem inimigos.


🕊️ Uma religião sem cruzadas

A História não conhece campos de extermínio budistas. Não há fogueiras, nem Inquisição, nem conversões forçadas. Nenhuma cidade foi bombardeada em nome de Buda. E, talvez por isso, o budismo seja silencioso — como os sábios.

Enquanto outros gritam, o budista medita. Enquanto outros acusam, o budista observa. Enquanto outros dividem, o budista compreende.

E por isso, nesta hora em que o mundo vacila entre luz e abismo, entre esperança e colapso, entre egoísmo e fraternidade… talvez devêssemos escutar esse silêncio. Talvez seja nele que mora o único futuro possível.


Crónica escrita por Francisco Gonçalves
Inspirado na observação crítica e serena do mundo — e na recusa de aceitar que a violência seja inevitável.

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Artigo autoria de 📖 Francisco Gonçalves

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