EUA : Medo, justiça e resistência: a América em tribunal

O medo como arma do tirano, a coragem como resposta do cidadão
Setembro de 2025 — James Comey, ex-diretor do FBI, acusado de obstrução à justiça e perjúrio, reage em vídeo: "Não tenho medo. O medo é a arma dos tiranos. Não viveremos de joelhos." A acusação surge após Trump ter apelado publicamente a que fosse processado.
O processo e a sombra
James Comey, o homem que ousou confrontar Trump em 2016, está agora no banco dos réus. Não por corrupção financeira, não por traição, mas por um depoimento no Senado há cinco anos. A acusação chega no limite do prazo legal — e na sequência de uma exigência presidencial tornada pública no palco tóxico do Truth Social.
A celebração do poder
Trump rejubilou: "Um dos piores seres humanos… prestes a ser responsabilizado pelos seus crimes." A procuradora-geral apressou-se a confirmar que "ninguém está acima da lei". Mas a pergunta essencial é outra: quando a lei se dobra ao capricho do poder, quem protege a lei?
O medo é a arma dos tiranos. A coragem é o escudo dos povos. Viver de pé, mesmo na adversidade, é recusar ajoelhar perante a mentira.
O preço da oposição
"Sabemos há anos que há um preço a pagar por se opor a Donald Trump", disse Comey. O preço é claro: perseguição, difamação, tribunais transformados em arenas políticas. Mas também há um prémio invisível: o da dignidade. E Comey escolheu a sua trincheira — não viver de joelhos.
O reflexo da América
O caso Comey é mais do que um julgamento. É um espelho. Mostra até que ponto os Estados Unidos se aproximaram de regimes que usam a lei não como guardiã da justiça, mas como lâmina de vingança. E cada vez que a justiça se curva, a democracia perde um osso, até ficar sem esqueleto.
Conclusão
O medo, diz Comey, é a arma dos tiranos. Mas a coragem — essa arma silenciosa e persistente — pode desarmar qualquer império. Quando cidadãos recusam ajoelhar, mesmo perante tribunais enviesados, nascem os antídotos contra a ditadura. É aí que a História se escreve: não na submissão, mas na resistência.
Artigo autoria de 📖 Francisco Gonçalves e Augustus Veritas