A Deriva Totalitária nos EUA e no Mundo

📌 Factos Rápidos
- Protagonistas: Donald Trump e J.D. Vance, símbolos da nova vaga autoritária nos EUA.
- Prática em destaque: Apelos à delação e à intimidação de críticos, normalizados a partir da Casa Branca.
- Consequência: Erosão do debate democrático, substituído pelo medo e pela manipulação.
- Impacto global: Exportação deste modelo para Europa, América Latina e outras regiões.
A Deriva Autoritária dos EUA e o Eco Global
O que se vive hoje nos Estados Unidos já não é apenas um populismo ruidoso: é uma deriva autoritária e demencial. O caso recente de J.D. Vance, apelando à denúncia pública de críticos, revela um padrão mais profundo: transformar a democracia numa caricatura onde a intimidação substitui o debate e a mentira substitui a verdade.
A Nova Política do Medo
Trump e Vance não governam pelo argumento, mas pelo ódio mobilizador. Criam inimigos internos, instigam a delação, e assim constroem uma sociedade em permanente estado de guerra cultural. O medo cala mais rápido que o argumento, e é por isso que a delação é tão eficaz: transforma cada cidadão em potencial carrasco do vizinho.
Exportação de um Modelo
A América continua a ser um farol para o mundo — mas neste caso, um farol sombrio. O modelo de Trump e Vance já inspira políticos na Europa, que imitam a retórica de confronto e a perseguição de críticos. Na América Latina, líderes encontram aqui justificação para endurecer regimes e atacar opositores. Até em regiões frágeis de África e Ásia, este discurso funciona como validação externa de práticas autoritárias.
As Consequências Globais
O resultado é um efeito dominó:
- Normalização do ódio: o insulto torna-se discurso político aceitável.
- Democracia enfraquecida: o debate desaparece, substituído pelo grito e pela delação.
- Sociedade fragmentada: cidadãos deixam de confiar uns nos outros e vivem sob suspeita mútua.
- Inspiração autoritária: regimes frágeis sentem-se legitimados para apertar ainda mais o controlo social.
O Eco para a Europa
Para a Europa, este caminho é um aviso. Se os EUA — considerados o berço da democracia moderna — podem cair tão fundo na demência autoritária, que dizer de países europeus já frágeis, corroídos por populismos e crises de identidade? O perigo é claro: o americanismo tóxico pode infiltrar-se como exemplo a seguir.
Conclusão
O que nasce nos EUA não fica nos EUA. Quando a maior democracia do mundo legitima o ódio, a mentira e a delação, abre-se a porta a uma era em que o autoritarismo já não precisa de golpes de Estado: basta-lhe o aplauso de multidões cansadas e líderes sem escrúpulos.
Artigo autoria de 📖 Francisco Gonçalves