Sócrates e a Justiça portuguesa nas ruas da amargura

🎓 A Lata de Sócrates e a Vergonha da Justiça em Portugal
"Pensei, pensei não, deliberei que vou interromper as minhas declarações." Assim, com frase de sketch televisivo, José Sócrates informou o tribunal de que precisava de uma pausa. Não por doença, não por tortura psicológica — mas por cansaço, porque "já não tem 40 anos", e porque tem de ir ao Brasil tratar de assuntos… académicos.
É o retrato perfeito da Justiça em Portugal: o arguido principal da maior operação de corrupção das últimas décadas decide quando fala, quando se cala e quando apanha o avião. O tribunal assiste, os advogados ajeitam a gravata, os procuradores coçam a caneta. O país, entre incrédulo e anestesiado, murmura o refrão: "É o sistema…"
O antigo reformador do país reforma-se agora a si mesmo no banco das testemunhas: fala quando quer, cala-se quando lhe convém e interrompe o espetáculo quando a audiência boceja. E a Justiça, no seu ritmo glacial, soma sessões como quem coleciona selos: décadas passam, testemunhas envelhecem, provas esmorecem — mas o doutoramento avança.
No fim, tudo soa a farsa mal ensaiada: a "Operação Marquês" tornou-se novela sem desfecho. Moral provisória? Em Portugal, o cansaço do arguido pesa mais do que a paciência da nação.
✍️ Nova máxima popular: Rouba muito, fala pouco — e pede sempre uma pausa académica.