Uma Europa a caminho da irrelevância tecnológica

Soberania sem tecnologia: o beco europeu
A soberania do século XXI não se mede apenas em território ou exércitos — mede-se em chips, algoritmos e redes. E a Europa, que já foi centro de excelência em ciência e inovação, no sec XX, hoje tropeça entre dependências externas. Um continente que não controla a sua tecnologia não controla o seu destino.
O atraso europeu
A Europa perdeu o comboio da revolução digital. Não lidera nos semicondutores, onde Taiwan e os EUA dominam; não lidera na inteligência artificial, onde EUA e China disputam a hegemonia; não lidera sequer no 5G, onde empresas chinesas impõem o ritmo. Resultado: a Europa compra, mas não cria.
Dependência disfarçada de cooperação
Os líderes europeus falam de "parcerias tecnológicas". Mas a realidade é uma dependência crua: servidores norte-americanos, nuvens estrangeiras, algoritmos importados, plataformas sociais que moldam opiniões sem regulação eficaz. A soberania digital, nesse cenário, é uma ficção.
A armadilha geopolítica
Sem tecnologia, a Europa torna-se vassala estratégica. Depende dos EUA para defesa digital e inteligência artificial aplicada à segurança; depende da China para baterias, 5G e componentes críticos; depende até da Índia para serviços digitais de larga escala. Esta tripla dependência mina qualquer ambição de autonomia.
O preço da ingenuidade
Enquanto investiu em regulamentações e discursos moralistas, a Europa esqueceu-se do essencial: investir pesado em inovação. Os fundos comunitários fluíram, mas raramente para projetos estruturantes. Em vez de laboratórios e fábricas de chips, financiaram-se consultorias, seminários e relatórios. A consequência é clara: o know-how europeu esvai-se.
Conclusão
Não há soberania sem tecnologia. Não há independência sem algoritmos próprios, chips próprios e redes próprias. A Europa pode continuar a moralizar, mas enquanto depender dos outros para o essencial, será apenas um cliente no supermercado global. A pergunta é simples: terá coragem para deixar de ser consumidora e voltar a ser criadora?