Putin: A Ucrânia a ferro e fogo

Paz verdadeira não é capitulação
Moscovo não quer conversações de paz — quer a capitulação de Kiev. A única linguagem que abre portas a uma negociação séria chama-se dissuasão.
Na madrugada de hoje, a Ucrânia sofreu o maior assalto aéreo desde o início da invasão: centenas de drones e mísseis lançados contra várias cidades, com o edifício do governo em Kyiv atingido pela primeira vez. Não é o gesto de quem procura um cessar-fogo, é a gramática crua de uma guerra de desgaste.
Esta escalada encaixa na lógica que o Kremlin vem repetindo: "paz" apenas se a Ucrânia renunciar à NATO e entregar territórios ocupados. Traduzindo: não negociação, mas imposição. Do outro lado, a Ucrânia resiste — e a Europa tem uma decisão civilizacional a tomar: ou assume a defesa da liberdade com capacidade industrial e militar à altura, ou normaliza a agressão como método de política externa no continente.
Sete medidas para travar a agressão e abrir a porta à paz
- Escudo aéreo já: acelerar entregas e munições para Patriot/IRIS-T/SAMP-T; proteger redes elétricas e centros urbanos.
- Artilharia em cadência industrial: contratos plurianuais europeus para munição e fogos de contra-bateria; produção > consumo.
- Domínio de drones + guerra eletrónica: enxames baratos (FPV/ISR) e sistemas anti-drone para cegar e saturar.
- Alcance profundo: autorizar ataques ucranianos a logística, refinarias e nós ferroviários em profundidade — cortar o oxigénio operacional.
- Resiliência energética: proteção de subestações, geração distribuída, peças de reposição pré-posicionadas; sanções finas ao petróleo/gás russo.
- Base industrial europeia: metas vinculativas (≥3,5% do PIB em defesa "core" ao médio prazo), partilha tecnológica quando útil e menos burocracia.
- Pressão legal e diplomática: manter a questão criminal no centro (deportação de crianças, raptos, ataques deliberados a civis) e isolar o regime nos fóruns internacionais.
Trump, a Europa e a psicologia da dissuasão
Quando líderes ocidentais relativizam compromissos de defesa coletiva, a mensagem vai direta ao agressor. A resposta europeia tem de ser inequívoca: mais meios, mais interoperabilidade, mais prontidão. Não para "entrar em guerra", mas para que a guerra pare.
Sem medo e sem raiva
Não precisamos de ódio para ser firmes. Precisamos de lucidez: a paz verdadeira é uma ponte construída por quem detém a margem da força. Enquanto essa margem pertencer ao agressor, a ponte não existe — há apenas um beco.
No fim, o que está em jogo não é só a integridade da Ucrânia: é a nossa capacidade europeia de dizer "basta" a quem confunde poder com direito. A História não é neutra; toma o partido de quem a escreve com coragem.
🌌 Fragmentos do Caos – Sites Relacionados
-
📚 Blogue Principal:
https://fasgoncalves.github.io/fragmentoscaos-html
-
📘 Ebooks "Fragmentos do Caos":
https://fasgoncalves.github.io/hugo.fragmentoscaos
-
🌀 Carrossel de Artigos:
https://fasgoncalves.github.io/indice.fragmentoscaos
Uma constelação de ideias, palavras e caos criativo – ao teu alcance.
A sua avaliação deste artigo é importante para nós. Obrigado.
[avaliacao_5estrelas]