Em Portugal, há uma fórmula mágica que rivaliza com a Pedra Filosofal: transformar promessas em milhões de euros públicos… e milhões de euros públicos em pó.

Veja-se o mais recente caso da Fusion Fuel, o milagre do hidrogénio verde em Benavente: fábrica anunciada com pompa e circunstância, políticos de tesoura na mão a cortar fitas como se inaugurassem o futuro, trabalhadores cheios de esperança. Resultado?
👉 Dívidas de 24 milhões.
👉 O Estado "a arder" com 5,8 milhões.
👉 104 pessoas atiradas para o desemprego.
👉 Recuperados da massa falida uns gloriosos 217 mil euros — dinheiro que não chega para pagar os cafés e bolinhos das cerimónias de inauguração.

E os culpados?
Ah, os culpados…
Esses evaporam-se com a mesma velocidade com que desaparecem os fundos comunitários.
Ninguém viu, ninguém sabe, ninguém é responsável.
Os gestores reaparecem com novas startups "inovadoras". Os políticos seguem viagem para outras inaugurações. O Estado declara que "são riscos do mercado". E o contribuinte? Esse não tem escapatória: paga a conta, como sempre.

Vivemos, assim, na República dos Projetos Milagrosos, onde o lucro é sempre privado e o prejuízo é sempre público.
E onde a justiça é lenta, preguiçosa e, sobretudo, míope — tão míope que nunca consegue encontrar quem assinou, quem autorizou, quem beneficiou.

No fundo, esta é a verdadeira energia que move Portugal: a energia da irresponsabilidade perpétua.
Infalível, limpa, inesgotável.


Artigo de Augustus Veritas in Fragmentos do Caos.

Fonte inspiradora : Jornal Público

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