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A guerra de Trump contra a Fed: o que diz a imprensa internacional

por Francisco Gonçalves 02 Setembro 2025
Colunas financeiras sob céu tempestuoso — metáfora para a pressão sobre a Fed
A independência monetária sob fogo político: um risco com alcance global.

De Londres a Frankfurt, de Nova Iorque a Tóquio, a manchete repete-se: a ofensiva presidencial contra a Reserva Federal não é só uma querela interna — é um abalo à confiança que sustenta o dólar e, com ele, a arquitetura financeira mundial.


O coro europeu de alerta

A partir de Frankfurt, Christine Lagarde (BCE) classificou a pressão política sobre a Fed como um perigo sério para a estabilidade global. Isabel Schnabel foi taxativa: corroer a independência do banco central americano empurra para cima os custos de financiamento e acende a volatilidade — com efeitos em cadeia no resto do mundo.

O veredito dos economistas

Num inquérito amplamente citado, a maioria esmagadora dos economistas considera que os mercados estão a subestimar o risco de politização da Fed. Mais do que opinião: é um diagnóstico de prudência que os investidores tendem a ignorar até ser tarde.

94%
Economistas: risco subestimado pelos mercados
89%
Veem credibilidade da Fed já abalada
Expectativa de juros/ spreads mais altos
Global
Impacto transversal na dívida soberana
Indicadores de sentimento sintetizados de diversas fontes mediáticas; valores ilustrativos para leitura de tendência.
Mercados e CEOs: defesa da autonomia

Do lado de Wall Street, vozes de grandes CEOs sublinham o óbvio que muitos esquecem: sem autonomia da Fed, não há dólar confiável; sem dólar confiável, não há porto seguro global.

Ângulo institucional e jurídico

Tentar interferir com mandatos protegidos (como governadores da Fed) abre um flanco jurídico de alto risco. Mesmo que a lei resista hoje, a erosão da norma amanhã instala-se: é assim que morrem as instituições — devagar, e depois de repente.

"Atacar a independência do banco central é fácil; reconstruir a confiança perdida é caro e lento. Os mercados só aprendem quando já estão a arder."
Conclusão

Não se trata de uma disputa de personalidades. É um teste de stress à infraestrutura invisível que mantém a economia global em equilíbrio. Se a Fed ceder ao ciclo político, os EUA arriscam transformar o seu maior ativo — a confiança — no seu ponto fraco. E, no horizonte, a China observa, paciente, o vazio que se abre.

Fontes (seleção)
  • The Guardian — declarações de Christine Lagarde.
  • Reuters — riscos para custos de financiamento e estabilidade global (BCE).
  • MarketWatch — sondagens a economistas sobre independência da Fed.
  • Barron's — posição de CEOs em defesa da autonomia da Fed.
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