O Reino da Mediocridade

O fraco rei faz fraca a forte gente
Camões escreveu-o há séculos, mas parece que o escreveu para nós, hoje. Portugal tornou-se escola prática da estrofe: quando o topo é fraco, tudo em baixo se curva.
E com brandura mais se enfraquece; Deixa de ser o povo obediente,
Quando a cabeça se enfraquece." — Luís de Camões, Os Lusíadas
Aqui não há reis — há presidentes que sorriem em selfies, primeiros-ministros que repetem promessas gastas, ministros que confundem poder com presença em talk-shows. São chefes que não chefiariam sequer uma taberna, mas governam uma nação.
O povo, que devia ser forte, definha: uns emigram, outros calam-se, muitos conformam-se. A fraqueza no topo alastra como peste: à administração, às empresas públicas, à justiça, à cultura. Até a língua se enfraquece, feita de slogans em vez de poesia.
Camões tinha razão: um fraco rei arruína até a gente mais forte. E em Portugal já quase ninguém se lembra de como é ser forte.
Artigo autoria de 📖 Aletheia Veritas