O Pesadelo Americano

A América sob Trump e Vance: entre a nostalgia e a sombra
2025 — Donald Trump regressa à presidência dos EUA com J.D. Vance como vice-presidente. O resultado: um país cada vez mais dividido e uma república liberal a resvalar para formas autoritárias.
O regresso do "America First"
O slogan que em 2016 parecia apenas marketing político transformou-se agora em programa de governo. America First significa um nacionalismo agressivo: isolacionismo diplomático para fora, e intervencionismo brutal para dentro. Tudo o que não cabe no molde da "América tradicional" é tratado como ameaça.
O laboratório do autoritarismo
O governo de Trump e Vance tornou-se um ensaio prático de populismo autoritário:
- Justiça politizada — procuradores tratados como braços do executivo.
- Media demonizados — qualquer crítica é rotulada de "fake news".
- Oposição criminalizada — democratas descritos não como adversários, mas como inimigos internos.
A mão de Vance
J.D. Vance dá verniz intelectual ao trumpismo. Vindo da narrativa de Hillbilly Elegy, traz a frustração da América profunda para dentro da Casa Branca. Com ele, o conservadorismo social ganha nova legitimidade, transformando políticas regressivas em "defesa da família" e garantindo a continuidade ideológica caso Trump caia.
A sociedade dividida
Os EUA vivem em trincheiras internas:
- Metros e universidades em resistência e protesto permanente.
- Estados conservadores aprovam leis restritivas sobre aborto, educação e direitos civis.
- O país parece mais uma federação de tribos hostis do que uma nação unida.
O eco global
O mundo já não olha para os EUA como farol, mas como paradoxo. Aliados europeus veem um parceiro instável. Autocratas encontram espelho: a prova de que até a mais antiga das democracias pode escorregar para a sombra.
Conclusão
Sob Trump e Vance, a América vive uma mutação dolorosa: da república liberal à república de facção, da democracia de consenso à democracia de imposição, do sonho americano ao pesadelo americano, onde metade teme e a outra metade aplaude.