Portugal gaba-se de ser democracia madura.
Mas madura em quê?
Madura em compadrios, madura em mediocridade, madura em partidos que se revezam no poder como quem joga ao "passa a batata quente".

A democracia, que devia ser um banquete de cidadania, transformou-se numa cantina de sopas requentadas.
Vota-se não por esperança, mas por resignação.
Elege-se não pelo mérito, mas pelo menos-mau.

"Liberdade sem justiça é um pássaro com uma asa só: pode bater muito, mas nunca voa."

Em nome do povo governa-se para grupos de interesse.
Em nome da transparência escondem-se relatórios.
Em nome da justiça prolongam-se processos até prescreverem.
Em nome da democracia, mata-se a própria democracia.

O povo, anestesiado, entretém-se:

  • Uns com futebol,
  • Outros com reality shows,
  • Quase todos com a ilusão de que a urna de quatro em quatro anos é suficiente para mudar o destino.

E a pátria, essa, vai ficando refém de uma democracia sem alma: uma democracia que se cumpre apenas no boletim de voto, mas falha todos os dias na vida real.

A democracia portuguesa não está doente: está em estado vegetativo.
Respira por aparelhos — partidos, lóbis, interesses — enquanto os cidadãos olham para o monitor e discutem se a linha do eletrocardiograma ainda mexe.


👉 Artigo da Autoria de Francisco Gonçalves in Fragmentos do Caos

Imagem cortesia de OpenAI (c)

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