Luís Montenegro prometeu uma nova era. Mas, no palco da política portuguesa, não há estreia: só reposição.
As luzes acendem-se, a orquestra afina, e o guião é velho de 50 anos. O ator principal entrou de fato engomado, com voz segura, mas depressa se percebe que não é protagonista — é apenas mais um ensaiador da peça interminável da mediocridade.

A peça

  • Ato I: Fala-se em reformas estruturais — o cenário treme, mas é só vento das ventoinhas da Assembleia.
  • Ato II: Anunciam-se cortes, mas nas gorduras da função pública ninguém toca. A tesoura só corta no fio mais frágil.
  • Ato III: O Primeiro-Ministro olha para o horizonte, mas tropeça no alçapão da realidade: dívida, SNS em colapso, escolas sem professores, autarquias cativas de compadrios.

O elenco

  • Os ministros: figurantes que recitam frases prontas, de cábula na mão.
  • A oposição: claques ruidosas que fingem indignação para manter a peça viva.
  • O povo: público cansado, que já não sabe se aplaude, se vai embora no intervalo.

No cartaz lê-se "Portugal 2030 – Uma Nova Ambição".
Mas o povo sabe: a peça chama-se "O Mesmo de Sempre", encenada agora por Montenegro, como antes por Costa, Sócrates, Passos, Cavaco e companhia.

E quando a cortina descer, o país continuará no mesmo lugar:
👉 preso à cadeira de pau de um teatro provinciano, onde os atores mudam, mas o enredo nunca.


👉 Artigo satírico e imagem de Augustus Veritas in Fragmentos do Caos.

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