📉 Se nada mudou...

Em 2035, Portugal arrasta-se como um velho cansado à beira-mar. As aldeias do interior são fantasmas de pedra e silêncio, as escolas fecham por falta de crianças, e as universidades continuam a exportar cérebros como outrora se exportava vinho ou cortiça.

O turismo é o pão-nosso de cada dia: hotéis erguidos junto às praias sustentam uma economia frágil, refém das marés globais. Quando há crise, o país estremece; quando há guerra ou pandemia, mergulha no abismo.

Os comboios que circulam ainda são comprados fora, os navios que passam ao largo já não são nossos, a terra queimada produz pouco e importa-se quase tudo. Os jovens que ficam recebem salários que mal chegam para pagar renda. O Estado continua gordo, lento, com tentáculos de burocracia e favores, sustentado por impostos que esmagam quem produz.

Portugal, em 2035, é um país velho, pobre e irrelevante. Um museu turístico com memórias de glória.


🚀 Se ousámos mudar...

Em 2035, Portugal floresce como nunca antes. Pequeno em território, imenso em visão. As planícies alentejanas brilham de painéis solares e campos agrícolas inteligentes, onde sensores, drones e algoritmos cuidam da terra como outrora os camponeses faziam com enxadas.

Nas cidades nasceram polos de inovação, onde jovens empreendedores criam software, biotecnologia, energia limpa, robótica e arte digital que exportamos para o mundo. A antiga dependência do turismo tornou-se apenas complemento: agora o país é visitado não só pelas praias, mas também pela sua ciência e pelas ideias luminosas que daqui saem.

As universidades reinventaram-se: já não são fábricas de diplomas, mas viveiros de criadores. A fuga de cérebros deu lugar ao regresso dos filhos da diáspora e à chegada de talentos de fora.

O Estado tornou-se leve e digital, transparente como um rio limpo. Os políticos já não são carreiristas, mas gestores temporários do bem comum. A democracia é mais direta, mais próxima, mais viva.

Portugal, em 2035, é um pequeno farol tecnológico e humano do sul da Europa, mostrando que até um país outrora pobre pode reinventar-se e brilhar.


📌 Artigo de opinião de Francisco Gonçalves in Fragmentos do Caos.

Imagens cortesia de OpenAI (c)

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