Quando o BPI pede garantias públicas com a classe de quem já esqueceu que é suposto correr riscos

Portugal, verão de 2025. As cigarras cantam, os cidadãos suam, os combustíveis sobem… e os bancos privados vão esgotando alegremente garantias públicas como quem gasta fichas num casino — mas com a confortável certeza de que, se a sorte faltar, o Estado paga a conta.

O caso mais recente é o do BPI, que já torrou 62% da sua quota de 149,5 milhões de euros na medida de garantia pública para crédito à habitação. O CEO João Pedro Oliveira e Costa, num tom de quem pede mais molho na carne assada, já avisou que "rapidamente vamos esgotar" e… se o Governo estiver disposto, então muito gostavam de ter mais.


🎭 Tradução literal:

"Temos lucros saudáveis, sim. Mas não se esqueçam de continuar a garantir os nossos negócios, pois arriscar com o nosso capital é coisa para proletariado... ou para os otários lá de fora."


📌 O que temos aqui?

  1. Um banco privado com lucros robustos.
  2. Uma garantia pública a proteger o risco do crédito — paga pelos contribuintes.
  3. Uma pressa em esgotar o dinheiro do Estado — que não se vê quando é para apoiar pequenas empresas ou pagar bolsas de estudo.
  4. E uma sugestão subtil para que se reforce a mamadeira, porque "há mais apetite de crédito no mercado."

🧠 Mas então… o mercado não é soberano?

Ah, essa velha farsa. Quando dá lucro, o mercado é livre e sagrado.
Quando há risco… chamem o Estado. Quando há perdas… chamem os contribuintes.
Quando há falências… chamem os "programas de ajustamento".
E quando há lucros… chamem os acionistas para a festa!


📉 Os cidadãos assistem, pagam e calam.

Enquanto isso, um jovem casal precisa vender a alma e o rim esquerdo para aceder a uma casa.
Enquanto isso, os spreads disparam.
Enquanto isso, as comissões crescem como fungos em paredes húmidas.


🎪 Proposta satírica:

Criemos o "Fundo Nacional para Cidadãos Espoliados pela Banca", onde:

  • Cada comissão absurda dê direito a uma compensação em batatas.
  • Cada recusa de crédito injusta possa ser convertida em dias de férias no Algarve.
  • Cada prémio atribuído a um CEO bancário seja acompanhado de um imposto simbólico: fazer fila nos CTT para pagar um vale postal de 3,47€.

🧾 Conclusão:

Mais do que o abuso, o que mais indigna é a naturalidade com que tudo isto é dito e aceite.
O BPI, como tantos outros, tornou-se um símbolo de um sistema onde o risco é para os pequenos, e a almofada é pública — mas os aplausos são privados.

E nós, os sempre chamados "contribuintes", vamos assistindo a este espetáculo grotesco… com os bolsos furados e os olhos abertos.


Artigo de Augustus Veritas in Fragmentos de Caos

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