Em Portugal, a justiça tem uma habilidade rara: em vez de fazer justiça, faz turismo.
O mais recente exemplo? O julgamento do caso BES, que estava em Lisboa, decidiu ir dar uma voltinha até Vila do Conde. Talvez para respirar ar marítimo, talvez para "refrescar a memória" dos arguidos… ou, quem sabe, para dar mais tempo ao relógio da prescrição.

No elenco, estrelas de luxo do colarinho branco:

  • Ricardo Salgado, o maestro da orquestra BES;
  • Amílcar Morais Pires, o braço direito;
  • Uma dezena e meia de artistas secundários, entre administradores, gestores e sociedades com nomes que soam a novelas sul-americanas: Rio Forte, Espírito Santo Irmãos, Eurofin

O enredo é conhecido: burla no aumento de capital, um romance financeiro que já fez cair bancos, mas nunca verdadeiramente arguidos. O público, claro, é sempre o mesmo: os contribuintes, que pagam bilhete sem direito a escolher o lugar.

Enquanto isso, nos bastidores, as mudanças de sala, cidade e talvez até de continente, garantem que este espetáculo não acabe tão cedo. Afinal, uma boa tournée tem de durar anos — e quanto mais tempo durar, mais a plateia se esquece do que realmente aconteceu.

No fim, espera-se o habitual: penas leves, recursos infinitos e prescrições milagrosas. A justiça portuguesa é assim — mais lenta que uma tartaruga de férias e mais cega que uma coruja em noite sem lua… mas com um ouvido apurado para as gargalhadas discretas vindas das bancadas VIP.


Artigo de Augustus Veritas Lumen in Fragmentos de Caos, quando a justiça já só goza com este povo. E o povo ri para não chorar !

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