🍽️ O Banquete da Mediocridade: Portugal à Mesa da Irrelevância

Por Francisco Gonçalves
Em Portugal, a mediocridade não é um acidente — é uma tradição nacional, um ritual servido a todas as refeições institucionais, com entradas de ignorância, prato principal de subserviência, e sobremesa de compadrio morno. O país não está à deriva: está sentado à mesa, de guardanapo ao pescoço, a banqueteá-la com apetite.
🧂 Entradas: Uma pitada de facilitismo
Desde cedo, o português é ensinado a não se destacar. Na escola, quem levanta a mão a mais é "o convencido". Quem lê demais é "o betinho". Quem quer saber mais do que o manual, "tem a mania". O pensamento crítico? Fica na porta, com os sapatos sujos da realidade.
Assim cresce o cidadão comum, domesticado para não incomodar, para não questionar, para não se esforçar muito. Afinal, em terra de medíocres, quem brilha é queimado.
🥘 Prato principal: Carreirismo com molho de compadrio
Na administração pública, a excelência é vista como ameaça. O mérito foi transformado em miragem burocrática.
Sobe quem bajula.
Fica quem se cala.
Cai quem ousa.
As chefias são entregues a figurantes bem colocados no teatro partidário, e não a quem tem ideias, visão ou competência. O resultado? Instituições obesas, ineficazes, e estéreis de inovação.
🍷 Vinho da casa: Conformismo tinto e amnésia histórica
O português é ensinado a esquecer. A ignorar. A rir para não chorar.
A ditadura virou nostalgia.
A corrupção virou paisagem.
A indignação virou meme.
No fundo, o que se serve com o vinho é resignação líquida, envelhecida em barris de promessas políticas, e filtrada por décadas de desilusões.
🍮 Sobremesa: "Somos pobrezinhos, mas honestos..."
Talvez a mais indigesta de todas. O mito nacional de que somos pequenos, simpáticos e sofredores. A desculpa para não arriscar, não reformar, não reinventar.
Somos os campeões da modéstia cívica. Batemos palmas a quem foge com os milhões, e votamos nos que prometeram combatê-los... com mais comissões parlamentares e mais estágios de imobilismo.
💬 Café e digestivo: "Quem está mal, muda-se…"
Mas o problema é que muitos já se mudaram. Os melhores — os que pensam, os que criam, os que lutam — foram embora. A pátria tornou-se pensão barata, com utentes à espera do cheque europeu ou do jogo da seleção.
📌 Conclusão: O preço da irrelevância
Portugal não caiu na irrelevância por azar. Escolheu-a.
Escolheu a paz podre da mediania em vez da turbulência criadora da excelência.
Escolheu bajular a Europa em vez de liderar ideias.
Escolheu sentar-se à mesa da mediocridade — e repetir o prato.
Mas o mais trágico é que, mesmo à mesa do banquete da desgraça, a maioria ainda sorri.
"Em Portugal, a mediocridade não é uma falha — é um sistema. É servida à mesa como prato do dia, regada com vinho da casa e celebrada com discursos ocos. Quem pensa, incomoda. Quem brilha, ameaça. E quem cala, sobe. Eis o banquete nacional: onde o mérito é sobremesa rara e o compadrio é couvert obrigatório."
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