Por Francisco Gonçalves
Publicado em Fragmentos do Caos

Todos queremos deixar de ver as cenas brutais de sofrimento em Gaza — corpos entre escombros, crianças com os olhos secos de tanto chorar, mães a gritar para o vazio. É uma tragédia humana que nos fere a consciência. Mas há uma pergunta que os líderes do mundo parecem evitar como se queimasse: como é possível clamar por um Estado Palestiniano sem antes exigir o desarmamento total do Hamas?

Como é possível sonhar com a paz… sem afastar os senhores da guerra?

Porque não se exige, com seriedade e firmeza, que o Hamas deponha as armas? Porque não se envia uma força de paz da ONU, capacetes azuis que protejam os civis e, ao mesmo tempo, garantam a retirada do poder armado? Porque não se convoca o Hamas a entregar o seu arsenal, em troca de garantias internacionais e abertura para uma nova era política? Porque, em vez disso, tantos países continuam a aplaudir fantasias diplomáticas enquanto a realidade explode à porta das casas de civis inocentes?

Não é difícil perceber o essencial:

  • Enquanto o Hamas mandar em Gaza com punho de ferro e mísseis nas mãos, não haverá paz nem para os palestinianos nem para os israelitas.
  • Enquanto se aceitar que o mesmo grupo que não reconhece o direito de existência de Israel continue no poder, não haverá solução de dois estados viável.
  • Enquanto se promover um Estado Palestiniano sem exigir a libertação dos reféns e o fim do terrorismo, está-se apenas a institucionalizar o sofrimento e a perpetuar o caos.

A comunidade internacional está a ser, no mínimo, ingénua. E no máximo, cúmplice. Prefere erguer bandeiras e slogans fáceis a enfrentar a complexidade com coragem e razão.

Sim, um Estado Palestiniano pode — e deve — nascer. Mas livre do domínio islamita e da lógica de ódio. Um estado laico, aberto, em paz com os seus vizinhos e com os seus próprios cidadãos. Isso só será possível com o fim do domínio do Hamas, não com a sua legitimação.

Por isso, não basta querer a paz. É preciso exigir as condições que a tornem possível.
E enquanto não houver essa clareza, continuaremos todos — o mundo inteiro — a assistir, impotentes, à repetição infinita da dor.


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