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Donald Trump, com a subtileza de um elefante numa loja de cristal, decidiu anunciar que a solução para a guerra na Ucrânia seria… eleições. Sim, eleições num país ocupado, bombardeado, amputado de território e com milhões de refugiados. É como propor um piquenique no meio de um campo minado: absurdo, perigoso e, sobretudo, cínico.

O que Trump realmente sugere é simples: entregar a Ucrânia a Putin embrulhada em papel colorido de democracia. Com urnas ao lado de tanques russos, com propaganda de Moscovo a substituir vozes livres, com medo a substituir esperança. Seria a consagração do ditado: "quem tem as armas, escreve as regras".

Mas o mais grotesco não é apenas Trump. É o Senado americano — essa assembleia que se gaba de ser o guardião da democracia no mundo — a assistir em silêncio, cúmplice, como quem fecha os olhos a um crime cometido à porta de casa. O silêncio do Senado é mais perigoso do que os gritos de Trump. É o silêncio que legitima. É o silêncio que abre a porta a que a história se repita, como já aconteceu tantas vezes no século XX.

Trump oferece um presente envenenado, e o Senado, em vez de o rejeitar, prefere calar-se. Resultado? Putin assiste de camarote, a sorrir. A América que se diz baluarte da liberdade está disposta a vender um povo inteiro ao inimigo apenas para satisfazer os caprichos de um palhaço político e de um Congresso cobarde.

O mundo já viu este filme: primeiro os Sudetas, depois a Checoslováquia, depois a Polónia. Hoje chama-se Donetsk, Lugansk, Ucrânia inteira. A história não perdoará. Mas, até lá, a farsa continua: eleições sob as botas do ocupante, "paz" feita de capitulação, e um Senado que cala para não perder votos.

Trump mente, Putin agradece, e o Senado ajoelha. Eis o retrato da vergonha.

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👉 Artigo da Autoria de Francisco Gonçalves, co-autoria de Augustus Veritas Lumen

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