Em Portugal, o setor das Tecnologias de Informação deveria ser motor de modernização, inovação e produtividade.
Na prática, é um espelho da mediocridade estrutural do país: projetos falham em cascata, milhões são desperdiçados e a desculpa oficial repete-se como ladainha:
"Seguimos sempre as melhores práticas."


O Circo dos Projetos Falhados

As histórias são tantas que já não chocam ninguém:

  • Empresas públicas e privadas que gastam milhões em sistemas que nunca funcionam.
  • Equipamentos de ponta encostados em armazéns, ainda nas caixas.
  • Softwares proprietários caríssimos, comprados com pompa, mas nunca instalados.
  • Projetos que arrastam equipas durante anos e terminam em relatórios brilhantes e resultados nulos.

No fim, a fatura sobra para os contribuintes e acionistas, enquanto os responsáveis sorriem, satisfeitos com a retórica: "cumprimos o guião".


O País da Inovação Zero

Portugal tem uma relação patológica com a tecnologia: adora comprar soluções, mas detesta pensar soluções.

  • A inovação interna é residual.
  • A automação de processos é sabotada por interesses burocráticos.
  • A produtividade rasteja em setores críticos porque se prefere contratar consultores e fornecedores externos em vez de criar competências próprias.

A obsessão com o "fornecedor certo" substituiu a busca pela solução certa.


O Poder da Mediocridade

O problema não é a falta de dinheiro — Portugal gasta fortunas em TI.
O problema é quem decide e como decide.
Líderes medíocres, sem visão tecnológica, ocupam lugares de topo.
Gente que não percebe a diferença entre automação e automatismo, mas domina na perfeição a arte de assinar contratos gordos com consultoras multinacionais.

Resultado: Portugal falha, volta a falhar, repete os mesmos erros e ainda assim espera, todos os anos, resultados diferentes. É a insanidade institucionalizada.


As Estatísticas da Vergonha

Não é coincidência que sejamos:

  • O país mais atrasado da Europa Ocidental em PIB per capita,
  • Um dos que apresenta maior desigualdade de rendimentos (coeficiente de Gini),
  • E dos que menos aproveitam a transformação digital para reduzir custos e aumentar eficiência.

A tecnologia, que deveria ser motor de futuro, é tratada como ornamento: compram-se brinquedos caros para exibir em conferências, mas não para usar no terreno.


Mas calma, povo!

Nem tudo está perdido.
Portugal tem dois campeonatos onde continua imbatível:

  1. Futebol.
  2. Corrupção.

Enquanto isso, naquilo que realmente importa — inovação, produtividade, gestão eficaz — o país continua a ser o aluno que gasta a mesada toda em manuais novos, mas nunca abre um livro.


Conclusão

O setor das TI em Portugal é o retrato da nação: incompetência embrulhada em retórica, mediocridade disfarçada de excelência, falhanços pintados de sucesso.
Somos campeões mundiais em gastar dinheiro e especialistas em nada entregar.

E sempre com a mesma frase na ponta da língua:
"Seguimos as melhores práticas."

Práticas de falhar, práticas de desperdiçar, práticas de nunca aprender.


👉 Artigo de Francisco Gonçalves, IT & AI Consultant / Developer

e..

testemunha de 40 anos de uma tragédia repetida: um país com cérebros e talento, mas amarrado por interesses pequenos, pela "esperteza saloia" que confunde truque com estratégia.

E, no fundo, é isto: Portugal não falhou por acaso — Portugal quis falhar, porque a mediocridade é aqui sistema, não exceção.

👉 "Portugal é campeão da inovação em palavras, mas zero em concretização."

"Portugal tornou-se uma startup de palavras: levanta milhões em conferências, promete disrupção, mas nunca entrega produto.
A única inovação real é a capacidade infinita de repetir o mesmo falhanço com nomes diferentes."

-- Augustus Veritas Lumen

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