Ou o país pobre com mania de grandezas. Em suma um país de provincianos, que de facto bem exibimos ao mundo.

Como um país em pré-falência decidiu viver como se tivesse petróleo no quintal

Desde o 25 de Abril de 1974, Portugal vive numa espécie de coma económico induzido. Saiu de uma ditadura pobre para uma democracia pobre, mas agora com um cartão de crédito dourado na mão — emitido por Bruxelas e renovado por bancos e mercados internacionais.
Não produz riqueza suficiente para se sustentar, mas comporta-se como um emirado europeu, com direito a inaugurações pomposas, cimeiras com catering gourmet e obras públicas que dariam inveja a faraós do Antigo Egipto.


O ADN da pré-falência

Portugal nunca conseguiu quebrar o ciclo de:

  1. Receber dinheiro (da CEE, da UE, do FMI, do BCE, de quem estiver a emprestar na altura).
  2. Gastar depressa em obras, eventos e mordomias, sempre com a frase mágica "é investimento para o futuro".
  3. Descobrir que afinal o retorno económico não veio.
  4. Pedir mais dinheiro para tapar o buraco do empréstimo anterior.

Esta é a verdadeira "economia circular" portuguesa: não é ecológica, mas é viciosamente repetitiva.


O síndrome do playboy falido

Portugal é o típico tipo que:

  • Vive num T2 arrendado, mas vai buscar o novo SUV de 80 mil euros "porque é leasing".
  • Está atolado em dívidas, mas nunca falta à festa da moda em Cannes, só para sair na fotografia.
  • Oferece jantares caros aos amigos, mesmo com o saldo negativo.
  • Diz frases como "o dinheiro não é tudo"… sobretudo quando é o dinheiro dos outros.

No nosso caso, o "dinheiro dos outros" tem nomes e moradas: contribuintes europeus, mercados financeiros, e claro, os próprios portugueses, que pagam impostos como se vivessem na Suíça, mas recebem serviços públicos ao nível de um país em desenvolvimento.

E até já sobre a divida, em directo de Paris se pronunciou esse grande filos.. aldrabão chamado Sócrates [de Sousa] e assim falou - "...que essa coisa de pagar dividas de países é coisa de crianças, porque não eram para se pagar. Pelo menos era assim quando eu estudei economia.". Dizia ele, o falsario porque estava em Paris e o povo por cá ja sentia o peso da austeridade, fruto dos seus assaltos à mão desarmada, de quando ele tinha sido ... imagine-se.. primeiro-ministro. Este povo lá tem as suas ideias !


Faraonismo à portuguesa

Ao longo das décadas, acumulámos um álbum de cromos de obras megalómanas e inúteis:

  • Estádios do Euro 2004 — pensados para glória eterna, hoje abrigam jogos de distrital e casamentos de conveniência.
  • Autoestradas para lugar nenhum — quilómetros de alcatrão impecável por onde passam três carros por hora.
  • Pavilhões Multiusos — multiusos no nome, porque na prática servem para feiras do presunto e eventos de yoga.
  • Edifícios públicos de luxo — tribunais, câmaras municipais e sedes de empresas públicas com mármores importados e sistemas de climatização que fariam inveja à NASA, enquanto escolas e hospitais funcionam em contentores.

E tudo isto, claro, "ao serviço do povo" — mas que povo, ninguém especifica.


O milagre da dívida sem fim

Portugal é uma espécie de milagre económico… às avessas.
Os países normais:

  • Produzem riqueza → pagam despesas → investem o excedente.
    Portugal:
  • Contrai dívida → paga despesas → investe no que dá votos → aumenta a dívida para pagar os juros → repete.

A cereja no topo do bolo é a narrativa oficial: "Estamos melhor que nunca!".
Traduzido: "A banca ainda nos empresta e Bruxelas ainda manda cheques, logo está tudo bem".


O papel dos juízes de toga dourada

Neste teatro, o Tribunal Constitucional surge como maestro moral: recita poesia sobre dignidade, igualdade e direitos universais, mas não faz contas à caixa.
Quando o TC decide que Portugal deve ser ainda mais generoso com estrangeiros, está a ser coerente com a Constituição — mas também a tocar violino num navio que já vai meio submerso.

É o equivalente ao mordomo do playboy falido que, ao ver a falência à porta, sugere comprar mais champagne "para manter o nível".


Conclusão: o país do futuro que nunca chega

Portugal é, desde 1974, o país do amanhã radioso que nunca chega. Vive de promessas, subsídios e anúncios.
Faz-se fotografar com pose de potência europeia, enquanto a cozinha lá de casa está cheia de panelas vazias.
E como todo o playboy falido, acredita que, desde que continue a sorrir para as câmaras, ninguém vai reparar que o fato é alugado e o champanhe comprado a crédito.


Um artigo de Francisco Gonçalves in Fragmentos do Caos, num país em cacos!


"Portugal é o típico playboy falido: vive de crédito, exibe luxo emprestado e brinda com champanhe comprado a prestações. Desde 1974, ergueu estádios, autoestradas e pavilhões como se fosse um emirado europeu, mas mantém escolas em contentores e hospitais sem médicos. É a arte nacional de gastar o que não se tem, com o orgulho de quem acha que o dinheiro dos outros é um direito adquirido."


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