Vamos então imaginar um cenário alternativo, — uma espécie de "ficção histórica lúcida" sobre o que poderia ter acontecido, se Salazar não se tivesse eternizado no poder e se a maçonaria e outras forças subterrâneas [ que estiveram na clandestinidade na ditadura de Salazar], tivessem emergido mais cedo. Como estaria Portugal hoje, melhor, pior ou na "mesmice". Este é apenas um exercício de cidadania, baseado em factos históricos, sabendo-se que as organizações maçónicas e outra organização terrivelmente violenta, a Carbonaria, foram as responsáveis pela queda da monarquia e a instauração da I República. A Carbonaria acabaria extinta no inicio da República e muitos dos seus membros terão ingressarado na Maçonaria. Como é bem do conhecimento público a I República foi um desastre governativo, com governos a cair todos os meses, atentados, violência sem fim e divida pública da nação a crescer astronómicamente, como documenta a linha do tempo que se segue :


Portugal: História Alternativa – 1930 a 2025

1930-1933 — O Fim Antecipado do Salazarismo

Salazar, ainda ministro das Finanças, aceita o cargo de Presidente do Conselho mas, em vez de construir um regime fechado, enfrenta uma coligação republicana que o obriga a aceitar eleições livres em 1933. Com um Parlamento instável mas funcional, a Primeira República entra numa fase de consolidação tardia.
A maçonaria, antes perseguida, reaparece rapidamente, criando redes de influência e "clubes de debate" que, na prática, servem para preparar o terreno para voltar a influenciar a governação.


1934-1945 — Democracia de Equilíbrio Perigoso

Portugal entra na Segunda Guerra Mundial como neutro, mas democraticamente dividido. O país não vive o isolamento cultural que o Salazarismo impôs na nossa linha temporal real. Recebe refugiados, intelectuais e capital estrangeiro.
A economia cresce moderadamente, mas as lutas entre forças católicas conservadoras e maçons progressistas criam uma sucessão de governos de curta duração.
Em 1944, o "Pacto de Lisboa" é assinado: um acordo político entre esquerda, direita e maçonaria para evitar golpes militares.


1946-1960 — O Salto Industrial

Sem o atraso autárquico do Estado Novo, Portugal começa a industrializar-se mais cedo, incentivado por investimento norte-americano e britânico no pós-guerra.
A educação torna-se prioridade — em 1960, 50% da população já sabe ler e escrever, contra os 30% da linha temporal real.
No entanto, a maçonaria infiltra o aparelho de Estado e o mundo empresarial, criando uma oligarquia republicana. Já não há ditador, mas há "donos da política".


1961-1974 — As Guerras Coloniais que Nunca Foram

A maçonaria, com fortes contactos internacionais, pressiona o governo para negociar gradualmente a independência das colónias. Angola e Moçambique tornam-se Estados associados em 1970, mantendo laços económicos mas com autogoverno.
Portugal evita o colapso financeiro e social da guerra colonial, mas a corrupção e tráfico de influência aumentam: empresas controladas por elites lisboetas capturam recursos africanos em troca de favores políticos.


1975-1990 — A "República dos Compadres"

Com a revolução tecnológica dos anos 80, Portugal cresce acima da média europeia, mas a distribuição da riqueza é desigual.
Sem o trauma do 25 de Abril, não há explosão sindicalista nem nacionalizações, mas também não há verdadeira renovação política.
A maçonaria funciona como "partido invisível" — todos os governos têm membros da sua rede. O país entra na CEE em 1984 com melhor infraestrutura que na nossa realidade, mas com um Estado já capturado por interesses privados.


1991-2010 — O Sonho Europeu e o Cimento

A entrada no euro é celebrada como vitória nacional. Portugal cresce com fundos europeus, constrói autoestradas e grandes obras públicas, mas também se afunda num ciclo de corrupção institucionalizada.
A imprensa, controlada por grupos empresariais próximos das elites maçónicas, evita investigações profundas.
A economia depende cada vez mais de construção, turismo e serviços de baixo valor acrescentado.


2011-2025 — A Crise e o Colapso Moral

A crise da dívida de 2011 atinge Portugal com força:

  • Sem as dívidas ocultas das guerras coloniais, a economia parte de uma posição melhor, mas o endividamento interno é massivo devido à bolha imobiliária.
  • As elites políticas e maçónicas blindam-se legalmente contra processos judiciais.
  • A população, exausta, começa a desconfiar que Portugal é governado há décadas por uma "democracia de fachada".
    Em 2025, um movimento cívico descentralizado exige uma nova Constituição baseada em transparência radical, usando blockchain para registar todas as decisões políticas e gastos públicos.

💡 Moral da história alternativa:
Mesmo sem Salazar, Portugal teria provavelmente escapado à ditadura e à guerra colonial, mas teria entrado mais cedo num ciclo de oligarquia disfarçada de democracia — com mais progresso económico, sim, mas com a mesma teia de interesses que impede o salto para uma verdadeira meritocracia.


Artigo ficcional de Francisco Gonçalves & Augustus Veritas, também responsável pela pesquisa e investigação dos factos históricos.

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