"Portugal não pode menosprezar Centeno" — dizem os banqueiros. E nós, povo exaurido, devemos bater palmas a quem há muito deixou de nos ouvir para melhor se deitar com os senhores do dinheiro?

Há um velho provérbio que diz: "Diz-me quem te elogia e dir-te-ei quem és." Quando os banqueiros, com os bolsos forrados e a memória curta, se unem para elogiar Mário Centeno — o mesmo que, em tempos, posou como guardião da prudência orçamental — é porque o teatro da ilusão continua de pé, agora com cortinas mais opacas e poltronas douradas.

🏛️ O Edifício, o Elogio e o Embuste

Não, não estamos a falar de políticas que salvaram famílias, reformaram a justiça fiscal ou impuseram limites à ganância bancária. Estamos a falar de um novo edifício em Lisboa, símbolo monumental da promiscuidade entre o poder financeiro e o suposto "árbitro" do sistema. Um monumento ao ego, pago em parte pelo silêncio institucional e pelo consentimento dos de cima.

E lá vem o BCP, esse mesmo que chorou pelo resgate, a correr em defesa de Centeno — com um fervor que faria corar um seminarista. Porque há que manter o equilíbrio de poderes, isto é, garantir que os que mandam, mandem sempre os mesmos.

💶 O Aplauso dos Banqueiros: Medalha ou Maldição?

Quando os banqueiros elogiam um homem, há duas hipóteses:

  1. Ou esse homem se impôs, desafiando-os, e agora procuram comprá-lo com palavras doces;
  2. Ou esse homem nunca os enfrentou, e o elogio é o pagamento adiantado pela fidelidade prestada.

No caso de Centeno, a segunda hipótese parece bem mais plausível. Afinal, quem é verdadeiramente temido pelo sistema não recebe loas dos seus donos.

🇵🇹 Portugal Não Pode Menosprezar… Quem, Mesmo?

Dizem que Portugal não pode menosprezar Centeno. Mas talvez Portugal devesse interrogar-se:

  • Quem beneficiou verdadeiramente com a passagem de Centeno pelo poder?
  • Quantas medidas estruturais foram feitas contra o poder bancário?
  • Que moral tem um governador para residir num palácio luxuoso comprado a preços obscenos, enquanto o povo luta por uma casa digna?

O problema é sempre o mesmo: a proximidade perigosa entre o árbitro e os jogadores, entre o regulador e os regulados, entre quem devia proteger o povo e quem protege os poderosos.

🔚 Final triste, mas conhecido

Portugal, país onde os banqueiros elogiam os reguladores, onde os ex-ministros viram administradores, e onde a promiscuidade é regra e não exceção. Centeno pode ser brilhante aos olhos de quem lucra, mas aos olhos de quem sofre, a sua estrela já se apagou há muito.


Um artigo de Francisco Gonçalves, que onde houver injustiça e um despudor de déspotas, haverá sempre pronta, crítica cerrada.

Este povo tem que acordar e lutar por Portugal !

🌌 Fragmentos do Caos – Sites Relacionados

Uma constelação de ideias, palavras e caos criativo – ao teu alcance.

A sua avaliação deste artigo é importante para nós. Obrigado.

[avaliacao_5estrelas]
🌌 Fragmentos do Caos: Blogue Ebooks Carrossel
👁️ Esta página foi visitada ... vezes.