Donald Trump, com o seu estilo de marreta, chamou a certos lugares do mundo "países de merda". O mundo civilizado escandalizou-se. Mas a verdade é que, em muitos casos, a expressão cai com a precisão de um bisturi. Não pelos povos — que trabalham, sofrem e resistem — mas pelas elites que os conduzem a becos sem saída.

E Portugal, por mais que doa dizê-lo, tem dado largas razões para se inscrever nessa lista.

O Éden Tecnológico que Nunca Nasceu

Desde os anos 80 que ouvimos falar de milagres tecnológicos lusitanos. José Tribolet, professor e figura sempre em voga, prometia transformar Portugal num oásis de ciência e inovação.
Quarenta anos depois, a promessa é sempre renovada, mas o resultado é sempre o mesmo: nada.
Não houve pílula da felicidade, não houve revolução digital saída de cá, não houve sequer uma invenção, ou pelo menos inovação, que fizesse fila à porta da farmácia ou da FNAC.

O que houve?
– Conferências com powerpoints.
– Dinheiros públicos torrados em institutos que vivem do Estado como sanguessugas.
– Políticos em palanque a anunciar "estratégias nacionais para a inovação".

Mas quando se olha para o produto final, a pergunta é: onde está o impacto? Onde está a revolução? Onde está, pelo menos, a porcaria de uma pílula que alivie a tristeza nacional?

Ciência de Subsídio

Em Portugal, a ciência muitas vezes não é motor de futuro. É ornamento académico.
O país não investe em inventar, mas em manter estruturas. Não aposta em ideias que mudam o mundo, mas em relatórios que ocupam prateleiras.
É a velha mania portuguesa: a forma acima da substância, o discurso acima da prática, o projeto acima da realização.

E enquanto isso, a mediocridade vai reinando. Porque aqui não se mede o valor pela utilidade ou impacto, mas pelo número de congressos frequentados e pelos contactos certos nas comissões de avaliação.

Sem resultados concretos os investimentos de quatro décadas em subsídios e as várias centenas de milhões em projectos que não saíram dos powerpoints, o povo merecia uma explicação. Pelo menos um "simples falhámos, voltámos a falhar. porque não sabemos mais". Mas nada, o dinheiro sumiu, o povo pagou, e a publicidades enganosa continua, agora com o Evaristo e com a Amália, a promessa de uma IA made in Portugal, ou aquilo a que eu chamaria hoje a invenção da roda (quadrada).

O Veredicto de Trump

E é aqui que a brutalidade de Trump, por mais incómoda que seja, encontra eco. Quando ele fala de "shithole countries", fá-lo pela frustração com países que têm tudo para ser grandes, mas deixam-se afundar em corrupção e mediocridade.
Portugal, com a sua ciência que promete mundos e fundos mas não produz soluções práticas, arrisca-se a ser visto dessa forma: um país simpático, solarengo, com sardinhas assadas e festivais de verão — mas sem substância transformadora.

O Julgamento da História

Não é o povo que merece esse rótulo, é a elite que o conduz para o pântano da irrelevância.
E a História, que não se deixa enganar por discursos, registará isto:
– Décadas de promessas tecnológicas.
– Milhões torrados em conferências.
– Zero invenções, zero de inovações, que mudassem a vida de quem paga impostos.

No fim, Portugal não criou a pílula da felicidade.
Criou, isso sim, a pílula da resignação — e distribui-a de graça a todo um povo, que engole em silêncio e sorri nas selfies eleitorais.


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