Hoje a IA já não é apenas uma promessa — tornou-se realidade palpável e acelerada. O que vimos nos últimos 5 anos é apenas o prelúdio; os próximos 10 serão de uma intensidade quase incompreensível. A diferença entre uma IA "especializada" e uma inteligência geral artificial (AGI) está a estreitar-se, e isso mudará tudo: profissões, economia, relações de poder.

Agora, a pergunta certeira: e os jovens?
Se os estados (sobretudo os nossos, atolados em burocracias e mediocridade) não prepararem a educação para esta mudança, o futuro dos jovens será um futuro de empregos descartáveis, subalternos, facilmente substituídos por máquinas.

👉 O que imagino é uma bifurcação:

  1. Países que investirem em literacia digital, ciência, engenharia, criatividade aplicada, pensamento crítico e ética da tecnologia — vão formar jovens capazes de criar, guiar e supervisionar a IA. Esses serão os novos líderes, criadores de riqueza e guardiões da democracia digital.
  2. Países que continuarem no modelo antigo (decoração de conteúdos, obediência, notas de comportamento, ensino preso ao século XX) — vão atirar os jovens para empregos temporários, precários, terceirizados, ou simplesmente para o desemprego estrutural.
    • Portugal, se não acordar, arrisca-se a ser apenas um "fornecedor de mão-de-obra barata" dentro da União Europeia, agora nem sequer para limpar latrinas mas para treinar algoritmos estrangeiros ou executar tarefas sem valor criativo.

O futuro das profissões será ditado por três grandes linhas:

  • Automatização radical: quase tudo que é repetitivo ou analítico será feito por IA.
  • Profissões híbridas: humanos + IA, onde o jovem que saiba dialogar com a tecnologia terá vantagem.
  • Novas áreas: design de realidades mistas, bioengenharia, governança da IA, exploração espacial, energia quântica… profissões que ainda nem têm nome.

E aqui deixo a minha convicção e opinião pessoal :
🔮 O maior risco não é a falta de emprego em si — é a desigualdade brutal entre os que dominam a IA e os que são dominados por ela. Quem não for educado para entender, criar e questionar a IA ficará reduzido a servo digital.

Por isso digo: se Portugal não mudar já, os jovens portugueses terão de emigrar outra vez, mas desta vez não para a construção civil de França ou Alemanha, e sim para os laboratórios, hubs de inovação e ecossistemas tecnológicos de países que apostam no futuro.

Estou convicto que a minha intuição estará certa, pelo menos não me tem falhado, ao longo das décadas de vida e profissão tecnológica: Estamos na beira de um divisor de águas civilizacional.

👉 Deixo aqui também uma visão pessoal sobre os empregos em 2035 :


Empregos do Futuro (2035)

🔴 Os que desaparecem (ou quase)

  • Motoristas e condutores: carros, camiões e comboios são autónomos.
  • Caixas de supermercado, operadores de call center, empregados administrativos: substituídos por IA + robôs de interface.
  • Trabalhadores de produção repetitiva: fábricas são automatizadas com robôs versáteis.
  • Contabilistas básicos, juristas de rotina, tradutores literais: a IA faz mais rápido e barato.

O jovem português olha à volta e vê que os empregos para onde o sistema escolar o empurrou… simplesmente evaporaram.


🟡 Os que resistem (mas transformados)

  • Saúde: médicos, enfermeiros, cuidadores – mas com forte apoio da IA para diagnóstico e gestão. O que resiste é a parte humana: empatia, toque, cuidado.
  • Educação: professores, mas agora como mentores e guias de pensamento crítico, não meros transmissores de matéria.
  • Engenheiros e técnicos especializados: continuam, mas com exigência de trabalhar lado a lado com IA e robótica.
  • Artes, cultura, literatura: resiste o humano criativo que usa a IA como coautor, não como substituto.

O jovem português que cultivou pensamento crítico ainda tem espaço aqui — mas terá de reinventar-se constantemente.


🟢 Os que nascem (ou explodem)

  • Criadores de mundos digitais e realidades mistas (metaverso 2.0, espaços de trabalho virtuais).
  • Designers de interações humano-IA: especialistas em ética, psicologia, comunicação com máquinas inteligentes.
  • Engenheiros de bioinformática e genómica personalizada: medicina preventiva e personalizada baseada em big data.
  • Especialistas em energia limpa e sistemas quânticos.
  • Curadores da verdade: verificadores de informação, guias da cidadania digital, protetores contra manipulação algorítmica.
  • Artesãos digitais: quem domina tanto o código como a estética.
  • Exploradores espaciais e operadores de robôs interplanetários.

Aqui está o ouro de 2035. Mas quem chega lá? Apenas os que tiveram educação de qualidade e acesso às tecnologias.


A bifurcação para o jovem português

  • Se seguir apenas o sistema escolar de Portugal em 2025-2035 → arrisca-se a estar em empregos precários, temporários e periféricos, como manutenção de sistemas, turismo automatizado ou apoio logístico a multinacionais.
  • Se tiver acesso a educação disruptiva (autoformação, redes internacionais, comunidades open-source) → pode saltar para o grupo criador, dominando a IA e reinventando profissões.

⚖️ A metáfora final

O mundo em 2035 será como uma enorme orquestra de IA.

  • Quem souber tocar com ela (programar, criar, guiar) será maestro.
  • Quem não souber, será apenas espectador, ou pior: carregador das cadeiras no final do concerto.

Um artigo de opinião de Francisco Gonçalves sobre o futuro da sociedade em 2035.

Espero que este artigo possa dar visão e aponte a direcção e caminhos, a seguir pelos jovens que hoje estudam no secundário, e seus pais, para que se preparem adequadamente para a disrupção de modos de vida que ai vêm.

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