Portugal, 2025. A tecnologia já nos permite detetar um incêndio florestal em menos de dois minutos e ter um drone ou helicóptero no ar antes que o fósforo arrefeça. Torres de vigilância inteligentes, sensores no terreno, satélites com revisita de 15 minutos, drones-bombeiros prontos a atacar focos iniciais. Tudo isto existe. Tudo isto é possível.

Mas… nada disto se aplica.
Porquê? Porque o fogo é o negócio.

🔥 O grande teatro da incompetência

Todos os verões o guião repete-se:

  1. Uma ignição suspeita.
  2. A resposta chega tarde, "por razões logísticas".
  3. O fogo alastra, consome milhares de hectares.
  4. O circo mediático entra em cena: ministros, secretários de Estado e autarcas de colete fluorescente, rostos crispados diante das câmaras, a prometer "fazer tudo o que for possível".
  5. No fim, aplausos e condolências. Contratos renovados. Faturas pagas.

A verdade é simples: se controlássemos incêndios no minuto zero, 90% dos contratos milionários evaporavam-se. Os aviões Canadair ficariam no chão. As empresas "especializadas" veriam receitas cair. E alguns políticos perderiam a desculpa para aparecer como salvadores da pátria.


💰 A economia do desastre

  • Combustível: um país sem ordenamento florestal é um barril de pólvora grátis.
  • Mão de obra: exércitos de contratados sazonais, pagos a peso de ouro para "combater" o que podia ter sido evitado.
  • Equipamento: alugueres e compras de meios aéreos e viaturas com preços inflacionados, pagos pelo erário público.
  • Consultorias e estudos: relatórios gordos que acabam numa gaveta, sempre com a recomendação final "mais meios e mais investimento"… nos mesmos de sempre.

📡 O plano que a canalha teme

O nosso Plano Nacional de Deteção e Ataque Inicial corta o mal pela raiz:

  • Satélites privados e públicos integrados com IA.
  • Rede de 132 torres de deteção automática, com cobertura total do território.
  • Drones-bombeiros prontos em bases estratégicas, com resposta inferior a 10 minutos.
  • Helicópteros ligeiros posicionados para qualquer ponto crítico em menos de 15 minutos.

Custo estimado: 40–50 milhões de euros por ano.
Custo médio de um grande incêndio como Pedrógão: >500 milhões entre combate, indemnizações e perdas.

Conclusão matemática: seria possível poupar centenas de milhões… e milhares de hectares.


🚫 Por isso, nunca será feito

Porque não é uma questão de dinheiro — é uma questão de interesse.
A "canalha corrupta", como bem lhe chamamos, sobrevive graças ao caos controlado.
Um sistema que funcione acabaria com a fonte de lucro e com o palco mediático.


Eis o dilema nacional:

  • Portugal tecnológico, eficiente, protegido e previsível — sem fogos de verão para preencher noticiários.
  • Ou Portugal incendiado, televisivo, choroso e corrupto — onde a incompetência é, na verdade, o negócio mais rentável do país.

E, ano após ano, escolhe-se o segundo.


Um artigo de Francisco Gonçalves in Fragmentos de Caos

O dossier sobre a "mesmice" versus a adopção de tecnologias em tempo real:

🌌 Fragmentos do Caos – Sites Relacionados

Uma constelação de ideias, palavras e caos criativo – ao teu alcance.

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🌌 Fragmentos do Caos: Blogue Ebooks Carrossel
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