O primeiro-ministro Luís Montenegro apareceu na RTP I para nos anunciar, com ar grave e mangas arregaçadas, que "estamos em plena guerra".
Guerra contra o fogo, claro. Mas também, suspeito eu, guerra contra o senso comum.


O General do Fogo

Montenegro surge como um general de opereta, a comandar batalhões de mangueiras e motobombas.
Promete apoios, planos, medicamentos grátis e até um plano florestal até 2050.
Ou seja, enquanto o pinhal arde hoje, o Governo garante que em 2050 tudo estará resolvido. É como prometer guarda-chuva para quem já está encharcado.


A Máquina da Burocracia em Chamas

O discurso teve todos os ingredientes habituais:
– Confiança plena nos meios de combate.
– Admissão de que não são infinitos (tradução: há poucos, mas façam de conta que chegam).
– Apoios rápidos às populações… "até 10 mil euros sem papéis". Aqui, até o fogo parou para rir: em Portugal, sem papéis, só mesmo cinzas.


A Avaliação Adiada

Montenegro avisou: não é tempo de avaliar, é tempo de combater.
Tradução: quando tudo acabar, logo veremos quem se queimou mais — se o país ou o Governo.
É a velha manobra política: adiar as perguntas difíceis até ao dia em que já ninguém tiver paciência para respostas.


Conclusão Satírica

Portugal arde todos os anos. E todos os anos temos discursos iguais, apenas com novos adereços: capacetes, coletes, mangas arregaçadas.
O país queima, o povo desespera, mas a encenação repete-se como novela.
No fim, só resta uma certeza: Montenegro pode estar em guerra com os incêndios, mas o que tem mesmo é uma guerra com os problemas — e essa, amigo, já vai perdida há muito tempo.


👉 Um artigo da autoria de Augustus Veritas in Fragmentos do Caos.

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