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Em Portugal, os escândalos já não surpreendem. Mas há alguns que revelam de forma quase didática como o "sistema" realmente funciona.

A PJ investiga um alegado grão-mestre maçónico por suspeitas de burlas e fraude internacional. O enredo é digno de um thriller financeiro: tráfico de diamantes, bitcoins, redes transnacionais e, claro, personagens bem posicionadas. Quando chegou a hora de prestar contas, o suspeito evaporou-se rumo a Madrid.

Não estamos perante um caso isolado. Estamos perante um padrão:

• Cargos de prestígio em organizações discretas e influentes.
• Negócios paralelos de alto risco e lucro rápido.
• Investigação judicial que avança devagar.
• Fuga estratégica antes do interrogatório.

A maçonaria, sempre descrita como defensora de valores e fraternidade, surge aqui ligada a um dos processos mais obscuros dos últimos anos. Coincidência? Talvez. Mas as coincidências, em Portugal, costumam seguir uma lógica implacável: os poderosos raramente caem, e quando caem, aterram suavemente.

Este caso é mais uma peça do puzzle que temos vindo a expor: uma rede de proteção mútua entre política, negócios e sociedades discretas. Uma rede que sobrevive há décadas, indiferente à democracia e à lei, porque sabe operar nas sombras.

E o cidadão comum? Esse continua a pagar impostos, a respeitar prazos e a assistir, impotente, à fuga dos que têm sempre uma porta de saída.

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Artigo de Francisco Gonçalves in Fragmentos de Caos

Fonte : Artigo no expresso - PJ investiga alegado grão-mestre maçónico por suspeita de burlas e fraude internacional

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