Luís Filipe Vieira: O Cartão Vermelho que Nunca Chegou

Há nomes que deveriam estar gravados a fogo na lista dos grandes predadores da pátria. Luís Filipe Vieira é um deles. O homem que transformou o futebol em feira de vaidades, em balcão de negócios obscuros, em máquina de dívidas e favores, volta agora a acenar aos sócios do Benfica como se fosse o Messias da Luz.
Mas a luz, meus amigos, há muito que foi apagada pela sombra da corrupção.
O rasto de vergonha
Vieira não foi apenas presidente do Benfica. Foi presidente de um império pessoal sustentado a crédito, com dívidas astronómicas:
- 60 milhões de euros ao Novo Banco, transformados em prejuízo público graças ao "milagre" do Fundo de Resolução.
- Centenas de milhões espalhados entre CGD, BCP e outros, reestruturados e empurrados para o lixo tóxico que o povo português paga.
- Negócios triangulados, fundos de jogadores e contratos obscuros que fariam corar qualquer manual de lavagem de dinheiro.
Foi apanhado na Operação Cartão Vermelho em 2021, arguido por abuso de confiança, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Mas como em Portugal a justiça é lenta, cúmplice ou simplesmente distraída, o "cartão vermelho" nunca foi mostrado em campo. Vieira saiu em passo lento, de cabeça baixa, mas já a preparar o regresso.
A impunidade à portuguesa
Se fosse um homem comum que tivesse falhado o pagamento de 5 mil euros ao banco, estaria penhorado, expropriado e humilhado. Mas Vieira deve milhões e ainda se dá ao luxo de se recandidatar a presidente do Benfica.
Eis o retrato do país:
- Quem rouba milhões é tratado como "empresário de sucesso".
- Quem rouba um pão é tratado como criminoso.
A vergonha coletiva
Mais do que Vieira, o escândalo é nosso, povo que tolera, desculpa e até aplaude. Só num país adormecido pela bola e pela novela se admite que um homem com este rasto volte como "salvador".
Vieira é o símbolo vivo da promiscuidade entre futebol, política e finança.
Um cadáver moral que continua a andar porque o sistema é um cemitério onde a podridão respira.
Conclusão
Enquanto os bancos engordam à custa dos impostos, enquanto os clubes se tornam máquinas de lavagem e enquanto a justiça continua de muletas, Vieira volta a rir-se na cara de todos nós.
Ele é mais do que um homem. É o retrato falado da impunidade portuguesa.
E se for eleito novamente, não será culpa dele. Será culpa nossa, que aceitamos viver num país onde o cartão vermelho nunca chega — e o jogo da vergonha nunca acaba.
👉 Artigo de Francisco Gonçalves in Fragmentos de Caos
-- O país que falhou aos portugueses
Portugal precisa urgentemente de uma lavagem de alma coletiva: um banho de verdade, ética e coragem.
Hoje o país parece uma casa antiga, com as paredes cobertas de humidade e os alicerces corroídos pela traça da corrupção e da mediocridade. Há quem vá apenas pintando de novo as fachadas, enganando o olhar, enquanto os esgotos da política continuam a transbordar.
Um país limpo e asseado não é apenas aquele que varre as ruas e apanha o lixo doméstico. É o que varre os corruptos do poder, que apanha os ratos que roem os cofres públicos e que desinfeta os corredores bafientos onde se fazem os "arranjinhos".
Portugal precisa de uma limpeza feita com luz, sabão democrático e detergente de cidadania.
E talvez, amigo, até fosse útil usar lixívia moral: forte, corrosiva para a hipocrisia, mas que devolve o branco imaculado à consciência nacional.
-- Augustus Veritas
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