A Europa, essa velha senhora que outrora desenhou mapas, navegou oceanos e escreveu tratados que moldaram o mundo, vive hoje encurvada, de olhar baixo e voz trémula. Governada por mediocres que se assustam com as rugas do mundo — ora no rosto pétreo de Putin, ora no sorriso errático de Trump —, limita-se a repetir mantras diplomáticos, como um padre que já não acredita na missa que reza.

Falam.
Falam muito.
Falam em valores, princípios e direitos humanos.
Mas as palavras ficam presas no ar, como balões de feira que ninguém quer segurar.
E a ação?
A ação evapora-se entre reuniões extraordinárias, comunicados "firmes" e sanções que chegam tarde, fracas e com letra miúda.

Enquanto isso, Putin redesenha fronteiras à lei da artilharia. Trump, do outro lado do Atlântico, acena ao caos como um mágico barato que distrai o público enquanto lhe rouba o relógio. E a Europa? Observa. Debate. Suspira. E, acima de tudo, teme.

O mundo percebeu. A lei do mais forte voltou a reger o jogo. Povos são massacrados, cidades arrasadas, tratados rasgados. O som das botas substitui o som das palavras.

E a outrora civilização — berço de Newton e Voltaire, de Beethoven e da Enciclopédia — deixa cair o mundo, entregando-o às mãos daqueles que não conhecem nem arte, nem ciência, nem ética.

Não é falta de meios. É falta de coragem.
Não é ignorância. É medo.
E um continente que se governa pelo medo está condenado a tornar-se espectador da sua própria irrelevância.

Se a Europa não reencontrar a espinha que um dia lhe sustentou as costas, não será preciso que Putin ou Trump a derrotem — ela cairá sozinha, de joelhos, vítima da sua própria hesitação.


Artigo de Augustus Veritas in Fragmentos de Caos

Consulte abaixo uma Análise política sobre o Declínio da Europa.

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