Aquilo que, no final do século XX, nos parecia um florescimento imparável das democracias ocidentais — e, com ele, a promessa de melhoria contínua das condições de vida — revelou-se, quatro décadas depois, uma amarga ilusão.

Hoje, as democracias representativas do Ocidente estão fragilizadas e desacreditadas. O capitalismo selvagem, os grandes grupos económicos, a corrupção sistémica e elites que se apoderaram da coisa pública transformaram o Estado num campo de saque, onde a rapina dos recursos nacionais é feita sem escrúpulos.

Organizações ocultas, sem rosto e sem qualquer transparência, infiltraram-se nas engrenagens da governação, manipulando a opinião pública e até os próprios mecanismos de voto em eleições ditas "livres". A justiça, a educação e a saúde deixaram de ser pilares da cidadania para se tornarem meras ferramentas de poder corrupto. O imposto, que deveria servir o bem comum, é agora um instrumento de enriquecimento das elites enquanto os povos empobrecem.

Os números são alarmantes: apenas 6,6 % da população mundial vive em democracias plenas, enquanto quase 72 % habita regimes autocráticos, segundo o Instituto V-Dem e o Índice de Democracia da Economist Intelligence Unit. Isto deveria fazer soar todos os alarmes — mas o silêncio e a apatia continuam a servir o status quo.

Em Portugal, a situação é particularmente grave. O país está a perder a sua autonomia como nação independente. Os partidos dominantes — PS, PSD e agora o Chega — usam o populismo como arma e estão profundamente integrados num sistema manipulado por interesses ocultos. Quem entra nesse circuito partidário encontra conforto na subsidiação pública que alimenta a máquina política, e nada muda.

Este sistema é inexpugnável. Nenhum novo partido, se aceitar sentar-se à mesa do poder, terá força para o transformar. Só uma força política que abdique conscientemente dessa tentação poderá mobilizar as energias cívicas adormecidas, trabalhar em conjunto com os movimentos da sociedade civil e, sem os assimilar, obrigar o sistema a reformas há muito adiadas: transparência radical, moderação nos gastos públicos e uma verdadeira responsabilização dos decisores.

Por isso, deixo um apelo direto à Iniciativa Liberal: se quer verdadeiramente mudar Portugal, que renuncie à ambição de governar e assuma o papel de catalisador das forças cidadãs, dentro e fora do Parlamento. Só assim haverá esperança.

Caso contrário, Portugal continuará na sua marcha para a autocracia, arrastando-se para uma regressão civilizacional que aniquilará qualquer sonho de uma sociedade mais justa, rica e avançada.

A regressão está em curso.
O tempo para agir é agora.
E só o poder do povo — organizado, consciente e determinado — poderá travá-la.


Artigo de Francisco Gonçalves, apenas um cidadão que não se conforma com o estado a que o seu país esta a ser condenado, por políticos gananciosos, imorais e corruptos e as forcas ocultas que tudo manipulam.

Nota final do Autor :
Não tenho qualquer ligação a nenhuma força política, incluindo a Iniciativa Liberal. A sua menção neste texto é apenas um apelo de opinião pessoal. Acredito que, se abdicar de se envolver na lama da luta partidária na Assembleia da República, a Iniciativa Liberal poderá ter a oportunidade de marcar a história de Portugal como força catalisadora de uma transformação profunda. A escolha é sua — mudança ou irrelevância.

#DemocraciaDirecta #Esperança #Mudanca-ou-Irrelevancia

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