Na grande vitrine dourada da União Europeia, onde brilham as caras sorridentes e as gravatas bem alinhadas, eis que surge António Costa, ex-primeiro-ministro de Portugal, promovido a "alto dirigente europeu". Para muitos, um símbolo de prestígio nacional. Para quem viveu sob os seus governos, um enigma digno de estudo — ou talvez apenas mais um episódio do velho teatro político europeu, onde as peças são sempre recicladas.

O currículo do "funcionário do mês"

Em Portugal, Costa deixou um legado de obras inacabadas, serviços públicos a definhar, reformas estruturais eternamente adiadas e um país mais dependente do turismo barato e de fundos externos do que nunca. A saúde afundou, a justiça arrastou-se, a economia patinou. Mas — e aqui está a magia — manteve-se sempre sorridente, com aquele ar de "está tudo controlado" que tantas vezes serve para acalmar quem não quer saber da realidade.

Porque é que a Europa o quer?

Bruxelas não procura génios de governação. Procura fiéis do sistema: gente que não crie ondas, que cumpra a cartilha, que diga "sim" às potências maiores e mantenha o tom diplomático, mesmo quando o navio está a meter água. Costa, nesse papel, é um ás: discreto quando convém, obediente às grandes capitais, especialista em prometer o que sabe que nunca terá de cumprir.

O jogo das cadeiras

Este tipo de nomeações não é resultado de mérito, mas de uma dança coreografada chamada "troca de favores políticos". Hoje apoias o meu, amanhã eu apoio o teu. O Partido Socialista Europeu, as redes de amizade diplomática e as conveniências estratégicas juntam-se e o lugar fica entregue. Não importa se o país de origem está de rastos — afinal, a política europeia vive de abstrações e estatísticas bem embrulhadas.

A imagem vendida

Para o público europeu, Costa é apresentado como "o homem do consenso", "o negociador sereno", "o líder que estabilizou Portugal". Em Portugal, quem pagou a conta sabe que a "estabilidade" foi apenas a arte de empurrar problemas para a frente, com o talento raro de transformar urgências nacionais em assuntos eternamente "em estudo".

Conclusão

A promoção de António Costa não é um erro, é a confirmação de que a União Europeia premeia a competência política em sobreviver, não a competência em governar. E assim, de fracasso nacional, passa a funcionário europeu do mês. Um ciclo perfeito para quem vive da política — e um lembrete amargo para quem vive com as consequências dela.


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